A eleição de costas para o futuro
Por Márcio de Freitas*– Bandeira do Brasil jogada sobre os ombros e envergando a camisa amarela da seleção canarinho, o coach Pablo Marçal reuniu público estimado em 15 mil pessoas para compor o cenário de fundo à imagem de lançamento de sua candidatura presidencial. Estética bolsonarista com pitadas de autoajuda, o ato prova que em política tudo se copia. Era primeiro de maio. O ex-presidente e ex-sindicalista Lula estava a quilômetros dali, numa vazia praça Charles Miller, em frente ao Estádio do Pacaembu. O presidente Jair Bolsonaro evitou subir em palanques e desfilou por uma Brasília tranquila e pacata na superfície, longe do contingente maior registrado na Avenida Paulista. As imagens contrastam com os números das pesquisas em que Lula e Bolsonaro carreiam multidões, tendo atrás deles um deserto de eleitores, onde se perde de vista a terceira via. Neste cenário, Pablo Marçal inexiste como realidade perceptível. Então, por que Lula […]