Blog da Folha
O deputado federal Túlio Gadêlha (PDT) entrou com uma representação, na Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, contra o secretário especial de Cultura do Governo Federal, Mário Frias. O objetivo da ação é investigar a responsabilidade e a omissão do secretário em atuar em prol da manutenção e restauração do galpão da Cinemateca Brasileira, que foi atingido por um incêndio no último dia 29 de julho. Para o deputado federal, é clara a inércia da União na condução e gestão dos espaços culturais brasileiros.
“O Ministério Público Federal já havia alertado o Governo sobre os riscos de incêndio no prédio da Cinemateca em razão da falta de manutenção, mas a União menosprezou os apelos, e preferiu continuar verbalizando que a cultura é um instrumento de manipulação ideológica”, explicou o parlamentar e completou: “em vez de direcionar esforços para quantificar os danos do incêndio e iniciar os trabalhos de restauração do acervo, o secretário de Cultura de Bolsonaro manifestou-se, culpando o governo anterior pelo desastre. Um absurdo”, disse Gadêlha.
O galpão da Cinemateca Brasileira abriga cerca de 250 mil rolos de filmes e possui mais de um milhão de documentos audiovisuais, como roteiros, recortes de jornais, livros e revistas. As chamas, segundo o Corpo de Bombeiros, começaram nas salas que guardavam filmes históricos.
Vale lembrar, que o governo Bolsonaro está no terceiro ano de mandato. “Portanto, já deveria ter agido em prol da preservação do local”, afirmou. O parlamentar acredita que o descaso evidencia a prática de ato de improbidade administrativa. A representação requer diligências para propositura de possíveis processos, caso seja comprovada a omissão por parte do secretário de Cultura.