O placar da votação que derrotou o sistema eleitoral “distritão” surpreendeu o grupo mais próximo do presidente da Câmara, Eduardo Cunha.
A expectativa, até pouco antes da votação, era de um apoio de pelo menos 280 votos, mesmo que esse número fosse insuficientes para aprovar uma emenda constitucional – o “distritão” acabou rejeitado por 267 votos contrários e 210 favoráveis.
O resultado foi considerado uma derrota do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e do vice-presidente da República, Michel Temer, que defendiam esse sistema eleitoral.
Contribuiu muito para a rejeição do “distritão” a percepção de deputados de que Cunha atropelou a Comissão Especial da Reforma Política, ao descartar o relatório preparado pelo deputado Marcelo Castro, do mesmo PMDB de Cunha.
Ao Blog, o líder do PMDB, Leonardo Picciani, tentou desvincular de Cunha o resultado da votação. “Deputados preferiram votar na sua sobrevivência. Como foram eleitos por esse sistema, decidiram manter esse sistema”, disse Picciani.
Com a rejeição dos sistemas eleitorais de voto em lista, distrital misto e distritão, o atual modelo proporcional será mantido.
Mas os grandes partidos devem ainda votar uma proposta para tentar restringir a proliferação de legendas no Congresso Nacional. Deve ser apresentado nos próximos dias um mecanismo que proíbe as coligações entre partidos para eleições de deputados e vereadores. Com esse mecanismo, aumentará a dificuldade para os partidos “nanicos” elegerem parlamentares pelo sistema proporcional. (Blog do Camarotti)