Alinhado nacionalmente ao PT e em Pernambuco, desde 2006, com o PSB do ex-governador Eduardo Campos, o PDT está em pé de guerra. De um lado, o grupo do deputado federal Paulo Rubem (PDT), evocando a influência da Executiva nacional, quer uma aliança com o pré-candidato ao governo do Estado, Armando Monteiro (PTB). Do outro, lideranças políticas como o prefeito de Caruaru e presidente estadual da sigla, José Queiroz, e a bancada estadual, entre eles, o deputado Guilherme Uchoa, já sobem sem cerimônia no palanque de Paulo Câmara (PSB), afilhado político de Eduardo.
Nessa altura da fase de pré-campanha, o PDT será a “cereja do bolo” caso integre a chapa liderada por Armando, que, com isso, ganha tempo de televisão mesmo com o partido dividido. A pressão também vem do PSB que não quer perder um aliado de luxo.
Pressionada dos dois lados, a base do partido – são 11 prefeituras – está temerosa de revelar qualquer preferência. Mas o fato é que a maior parte tende ao PSB, que detém o poder da caneta dos últimos oito anos. Aliado de primeira hora do ex-governador Eduardo Campos, José Queiroz, está à frente do maiorcolégio eleitoral (Caruaru) sob o comando do PDT. Filho do político caruaruense, o outro deputado federal, Wolney Queiroz, está onde o pai está. Pesa ainda contra a articulação de Armando o poder de influência do deputado estadual Guilherme Uchoa, fiel escudeiro de Eduardo. Esse grupo quer esticar ao máximo o prazo para o partido decidir de que lado vai estar – o martelo quem bate é a direção nacional, presidida por Carlos Lupi.
Da reunião nacional ocorrida há duas semanas, já ficou um indicativo de apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT). O que conta a favor da estratégia de Paulo Rubem em defender o alinhamento. Porém, a resolução do PDT para as eleições coloca que não haverá benevolência com os “dissidentes”. Pune, prevendo até a expulsão, aquele que realizar propaganda a favor de candidatos que não sejam os indicados pelas convenções nacional e estaduais do partido e de sobedecer a deliberação emanada das direções da legenda. Essa questão afeta em cheio Pernambuco. Para qualquer um dos dois lados o PDT for, dissidência está no script.
Ao questionar a legitimidade do atual diretório estadual do partido, que é provisório, Paulo Rubem trata com descrédito o argumento de José Queiroz de que a maioria do partido é pró-Câmara. “Um partido que nem sabe quantos filiados tem não pode falar em maioria”, diz. O grupo de Queiroz conta ao seu lado oito prefeitos, seis dos sete vice-prefeitos e 98 dos 112 vereadores. Estariam tendendo a Armando os gestores de Agrestina, Gameleira e Água Preta. Na tentativa de convencer a direção nacional, Paulo Rubem tem destacado o “prestígio” oferecido por Armando, que reservou a vice ao PDT. “O partido tem deixar de dizer ‘sim, senhor’, de estar subserviente numa aliança que deu pouco retorno. Tem que ter responsabilidade, protagonismo”, diz. (Jornal do Commercio)