Opinião – Miguel Coelho reforça estadualização da disputa 

Por Edmar Lyra – Pré-candidato a governador de Pernambuco pelo União Brasil, o ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, vem defendendo que o eleitor pernambucano discuta os problemas e soluções para o estado, e que não se deixe levar pela disputa nacional, onde há forte polarização entre o atual presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Lula.
Na sua tese, Miguel afirma que não será Lula nem Bolsonaro que governarão Pernambuco a partir de 2023 e que aquele que for eleito governador terá que estabelecer diálogo com qualquer que seja o presidente. Herdeiro político de uma família tradicional, que sempre dialogou com o governo federal independente de quem fosse o presidente, Miguel viu ao longo dos anos sua cidade Petrolina se transformar pelas mãos de diversos homens públicos da sua família como o ex-governador Nilo Coelho, o ex-deputado federal Osvaldo Coelho e o seu pai, o senador Fernando Bezerra Coelho, que sempre priorizaram o desenvolvimento da sua cidade sem fazer distinção de ideologia política ou partidária.
A tese de Miguel tem fundamento, porque não é de hoje que a divergência política entre governo estadual e governo federal tem trazido prejuízos para Pernambuco, vide o governador Paulo Câmara que teve que enfrentar três presidentes de oposição, Dilma Rousseff, Michel Temer e Jair Bolsonaro, e na década de 90, Miguel Arraes acabou sendo prejudicado por divergências políticas com o governo FHC entre 1995 e 1998.
Apostando nisso, Miguel Coelho tentará reforçar o discurso na mente dos pernambucanos de que independente de quem seja o presidente da República, caso seja eleito governador, ele estabelecerá um diálogo republicano e democrático, colocando os interesses de Pernambuco acima de qualquer que venha a ser a cor partidária do ocupante do Palácio do Planalto. A grande dúvida é se a tese de Miguel ganhará adeptos, uma vez que nas últimas eleições o cenário nacional acabou tendo forte impacto na disputa estadual.