Inaldo Sampaio – “Fogo Cruzado”

politica

Nas seis últimas eleições presidenciais, o Partido dos Trabalhadores esteve no segundo turno de todas elas: 1989, 1994, 1998, 2002, 2006 e 2010. Perdeu três e ganhou três com, pela ordem, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. O PSDB, por sua vez, foi finalista nas últimas cinco, das quais ganhou duas com Fernando Henrique Cardoso (1994 e 1998). Para esta eleição de outubro próximo, o PT se apresenta com a presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição, e o PSDB com o senador Aécio Neves. Trata-se, respectivamente, do maior partido do governo e do maior partido da oposição, o que, em tese, lhes asseguraria vaga no segundo turno. Mas o ex-governador Eduardo Campos lançou-se candidato, com Marina Silva na vaga de vice, disposto a quebrar essa polarização. Ele se apresenta como alternativa ao PT e ao PSDB com a mesma garra e obstinação com que foi “terceira via” em Pernambuco em 2006 e ganhou a eleição.

Eduardo Campos quer ser o candidato alternativo ao PSDB e ao Partido dos Trabalhadores

Uma ausência negociada 
Os governadores Renato Casagrande (ES) e Camilo Capiberibe (AP), ambos do PSB, não foram ao lançamento da candidatura de Eduardo Campos à sucessão presidencial após aviso prévio ao próprio. É que seus vices pertencem ao PT e eles temem perder o apoio desse partido à sua campanha à reeleição. Mas não vão subir no palanque de Dilma (PT) e muito menos de Aécio Neves (PSDB). Já o ex-governador do Piauí, Wilson Martins (PSB), não foi porque não quis.

Prefeitos – Apenas dois prefeitos de capitais do PSB prestigiaram o lançamento da chapa “açaí com tapioca” (Eduardo e Marina) à sucessão presidencial: Geraldo Júlio (Recife) e Mauro Mendes (Cuiabá). Este último submeteu-se a uma cirurgia, há menos de um mês, para doação de um rim à esposa, Virgínia. Márcio Lacerda (Belo Horizonte) não foi porque vota em Aécio.

Audiência – Foi Humberto Costa (PT) quem convenceu a presidente da Petrobras, Graça Foster, a comparecer ontem ao Senado para dar explicações sobre a saúde financeira da empresa. 

Ameaça – Depois da Bahia e do Rio de Janeiro, outras seções do PMDB ameaçam fechar com Aécio para presidente, pondo em risco a repetição da aliança com o PT nas próximas eleições.

Restauro – Caso o governador João Lyra Neto decida mandar restaurar o trecho da BR-232 que liga o Recife a Caruaru, terá que desembolsar R$ 80 milhões (a preços de setembro de 2013).

Vai, Dilma – Dos quatro petistas pernambucanos que estão no Congresso – Humberto Costa, João Paulo, Fernando Ferro (foto) e Pedro Eugênio -, nenhum engrossa o movimento “Volta, Lula”que tem o apoio de 13% da bancada do partido na Câmara e no Senado.

Rasteira – Antecessor de Fernando Bezerra Coelho (PSB) no Ministério da Integração, o ex-deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) levou Eduardo Campos a Salvador, 15 dias atrás, para a festa de 15 anos de sua filha Mariana. Mas, anteontem declarou apoio a Aécio.

Reação – Júnior Friboi, o bilionário “rei da carne” que contratou até Roberto Carlos para fazer propaganda de seus produtos, filiou-se ao PSB de Goiás em 2012, pelas mãos de Eduardo Campos, para disputar o governo estadual, mas depois correu para o PMDB. Hoje, uma grande parte dos seus líderes não o quer como candidato e sim o ex-governador (3 vezes) Iris Rezende.

Roteiro – Das 200 maiores cidades brasileiras que Eduardo Campos e Marina Silva pretendem visitar até o mês de junho, apenas 13 são governadas pelo PSB, entre elas Recife, Cuiabá, Porto Velho, Belo Horizonte, Campinas e São José do Rio Preto. O partido elegeu também o prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, mas ele o abandonou junto com Cid Gomes para filiar-se ao PROS. (Folha de Pernambuco)