Covid-19: Teich admite piora e diz que Brasil pode ter mil mortes diárias

Correio Braziliense

Diante do aumento de mortes e casos confirmados do novo coronavírus, o ministro da Saúde, Nelson Teich, adotou um tom de cautela ao falar sobre a flexibilização de medidas de isolamento e admitiu a possibilidade de se chegar a mil mortes diárias. Na coletiva de imprensa realizada ontem (30/4), Teich disse que é preciso acompanhar cada dia para tomar as decisões certas.

“Hoje a gente está perto de 500 mortes, 400. O número de 1.000, se estivermos num movimento, num crescimento significativo da pandemia, é possível acontecer. Não quer dizer que vai acontecer. A gente tem que acompanhar a cada dia para ver o que está acontecendo para tomar as decisões”, afirmou o ministro.

Os números que fecham o mês de abril mostram o aumento crescente que pode ser observados desde a última semana. Nesta quinta (30/4) houve novo recorde da confirmação de casos nas últimas 24 horas. O sistema recebeu mais 7.218 novos registros e, com isso, o país tem, na somatória, 85.380 infectados. No balanço de mortes pela doença, mais 435 óbitos foram adicionados totalizando 5.901 vítimas no Brasil. 

No início da coletiva, Teich declarou que o distanciamento social continua sendo a orientação da pasta. “Nesse momento temos uma definição clara: o distanciamento permanece como orientação. Vamos avaliar cada lugar, região, cidade. Como está evoluindo a curva, qual é o recurso que cada cidade tem para tratar as pessoas. Isso é o que vai definir como se vai caminhar”, reforçou.

Teich ressaltou que não está pensando no relaxamento das medidas de isolamento social apesar do Ministério da Saúde já ter formulado uma diretriz para balizar decisões de governadores e prefeitos.

“Ninguém está pensando em relaxamento. A gente está criando uma diretriz, o que é completamente diferente. Nesse momento ninguém está pensando em flexibilizar nada. A gente só está desenhando um projeto e uma diretriz”, disse Teich. De acordo com o ministro, o documento já está pronto. No entanto, só será apresentado aos governadores e prefeitos.