Por Joel de Hollanda*
Choro por ti, Ucrânia,
Ao ver a insânia de
Tenebrosa besta de ferro
Esmagar sem piedade
As frágeis espigas de trigo
Que de ouro vestem
Teus serenos e férteis campos.
Choro por ti, Ucrânia,
Ao ver a insânia de
Reluzentes pássaros de fogo
Em geladas madrugadas de
Pavor, lágrimas e dor
Dizimarem sem compaixão
Idosos, mulheres e crianças.
Muitas, vestindo pijamas
E abraçadas aos seus
Bichinhos de pelúcia.
Choro por ti, Ucrânia,
E pelos milhões de teus refugiados
– Homens, mulheres e crianças –
Que deixaram para trás suas vidas
E acuados e desesperados
Se atiraram nas estradas
Buscando em terras alheias
Paz e acolhimento.
Choro por ti, ó triste Europa,
Porque cedo esqueceste
Os horrores da 2ª Guerra Mundial
E a absurda aniquilação de
Setenta milhões de vidas.
Choro pelos teus atuais líderes
Arrogantes e ambiciosos
Mas incompetentes
Para impedir a eclosão de
Novo conflito no continente
– Estopim talvez de impensável e
Devastadora guerra nuclear final.
Choro por ti, Vladimir Putin,
Por te transformares, sem pudor,
Em Déspota cruel e enlouquecido.
Pois justificativa não há
No mundo dito civilizado
Para uma potência mundial
Invadir país livre e soberano
De frágil poder militar
E massacrar milhões de
Idosos, mulheres e crianças.
Choro, por fim, pelos
Jovens soldados russos
Heróis em outras guerras
Agora obrigados a deixar
Seus lares e familiares
Para cumprir tão infame
E inglória missão.
*Ex-senador