Apesar de ser novata no Partido dos Trabalhadores, com apenas 3 anos e 10 meses de filiada, a deputada Federal Marília Arraes conquistou neste curto espaço de tempo um protagonismo surpreendente dentro da sigla. Em 2016 se reelegeu como a sexta vereadora mais votada do Recife, inclusive com votação bem superior a outros filiados históricos do PT. Já no ano de 2017 e 2018 percorreu todo o estado e consegui tornar competitiva a sua pré-candidatura à governadora do Estado. Porém, na a véspera da eleição, em agosto de 2018, a Executiva Nacional do Partido, contrariando o desejo majoritário da militância petista no estado e atendendo a um desejo do senador Humberto Costa, decidiu retirar a candidatura dela para se unir ao PSB. Na época, no meio político pernambucano não se falava em outra coisa senão na grande possibilidade de Marília ter ganho a disputa. Preterida de concorrer ao Governo do Estado Marília disputou um mandato de deputada federal e saiu das urnas com 193 mil votos, figurando na segunda colocação entre os 25 federais eleitos no estado.
Agora, em 2020, o nome da neta de Arraes é novamente visto como alternativa em uma disputa majoritária, desta vez para concorrer à Prefeitura do Recife. Porém, assim como foi em 2018, cardeais do PT de Pernambuco torcem o nariz quanto a esta possibilidade e preferem manter a aliança com o PSB que rendeu ao partido os comandos da Secretaria Estadual de Agricultura, além da secretaria de Saneamento na Prefeitura do Recife.
É sabido que para o PSB a manutenção da aliança com o PT é interessante, principalmente porque tira do páreo uma candidata em potencial como é o caso de Marília, que pontua bem em pesquisas. Porém, para setores do PT, digo Humberto Costa e companhia, conter Marília é garantia de continuar mantendo a hegemonia dentro do partido e acomodar aliados na máquina estadual e da capital. (Wellington Ribeiro / Blog Ponto de Vista)