Wolney busca espaço para o PDT e defende palanque duplo na Frente Popular

Diário de Pernambuco – Filho do deputado estadual e ex-prefeito de Caruaru José Queiroz (PDT), Wolney cresceu dentro dos bastidores da política partidária. Eleito pela primeira vez em 1993 para o cargo de vereador de Caruaru, o parlamentar chegou a Brasília dois anos depois. Em seu quinto mandato na Câmara dos Deputados, Wolney lidera a bancada pedetista, participando ativamente de discussões e votações importantes. Dirigente da sigla em Pernambuco, o deputado conversou com o Diario sobre as movimentações deste ano eleitoral. 
Ambições no legislativo
O PDT está aguardando a legislação eleitoral para formar sua própria chapa e eleger, pelo menos, mais um [deputado estadual]. José Queiroz é candidato à reeleição e deve ser o mais votado da chapa, que ele está muito bem em Caruaru e vai ampliar essa votação, e a gente [espera] conseguir montar com gente do próprio partido mais um bloco que a gente possa garantir dois deputados estaduais. Para deputado federal, o desafio é maior. O que a gente tem feito é procurado formar uma “chapinha” que possa garantir a eleição de um, podendo fazer dois, mas o desafio é garantir pelo menos um mandato. Então, estamos filiando gente, estamos chamando, estamos incentivando outros nomes… Por exemplo, a vice-prefeita, Isabella de Roldão, é uma pessoa que eu convidei pessoalmente para ser candidata a deputada federal. 
Frente Popular
O partido pretende continuar na Frente Popular, agora, como nós temos candidato à presidência da República, é necessário que a gente disponha de um espaço para ter palanque para Ciro [Gomes]. Esse espaço pode ser dentro da Frente Popular. Não tem nenhum problema, porque isso já aconteceu outras vezes. A gente pode fazer aqui uma coligação do PDT com a federação que o PT e o PSB possam vir a compor. O PSB e o PT defendem o nome de Lula e nós, dentro da coligação, defenderemos o nome de Ciro. Não há nenhum prejuízo com relação a isso.
Reunião com o PSB
Eu fui lá [no Palácio do Campo das Princesas], enquanto dirigente estadual, ouvir o governador, e fui também para falar em nome do meu partido. O governador disse que o PSB está e estará unido em torno do nome que for escolhido – que não é um dado pouco relevante, já que o PSB é o maior partido do estado –, disse que tem conversado com os outros partidos, tem alinhado com todo mundo e que vai fazer uma escuta com todos eles e depois faria uma rodada final para anunciar o nome do candidato a governador. Disse também que o nome que vai disputar o Senado e a vice-governança vão ficar para um segundo momento, porque primeiro tinha que resolver a questão principal, que é a do governo, e disse que achava muito importante a presença do PDT nessa aliança – e nós também achamos importante. Então, foi uma sinalização muito positiva. Isso foi a parte que o governador falou. A parte que nós falamos, foi que o PDT desejava continuar na Frente Popular, porque acredita nesse projeto, e que o PDT pleiteia a vaga do Senado e o nome colocado pelo partido é o meu. O governador ouviu e disse que, no momento adequado, esse assunto vai ser tratado. 
Candidatura de Ciro e apoio interno
Eu acho que [o PDT] sempre teve mais a ganhar [com uma candidatura própria]; nunca o partido perdeu com candidato a presidente. Time que não joga não tem torcida. Então, eu desconheço também essa movimentação da bancada contra a candidatura de Ciro. Se isso existe, é por baixo do pano, em off, um ou outro. Nunca nenhum deputado chegou para mim para dizer que é contra candidatura ou questionando, então toda vez que me perguntam sobre isso, eu pergunto: quem é? Quem falou isso? Em off não dá para comentar. Ninguém sabe quem é, não sabe nem se existe [os que são contra a candidatura própria dentro do partido]. 
Federação
A gente tenta, constrói, aí depois não dá para bancar nos estados… Mas acho que está todo mundo assim, né? Um dia o PSDB e o MDB falam em federação, e no outro dia o presidente já diz que não deu certo porque tem entrave em tal cidade, aí no outro dia é Cidadania com PSDB… É uma luta. 
A gente abriu conversas com o PSC, com o Cidadania… No Rio de Janeiro, já está fechado com o PSD [ambos os partidos fecharam apoio à aliança entre o ex-prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, e o ex-presidente da OAB, Felipe Santa Cruz para o governo do estado]. Mas a nível nacional ainda não. Tem nada fechado.