Por Pedro do Coutto

Essa tendência foi destacada na edição de ontem da Folha de São Paulo, com base na pesquisa do Datafolha focalizada nas reportagens de Marina Dias, Cátia Seabra e Igor Gielow. De acordo cm o Datafolha, o índice de votos nulos e brancos recuou 9 pontos da penúltima pesquisa para a de ontem. O levantamento do Datafolha coincide com o contexto revelado pelo Ibope e que deu margem a uma reportagem de Marco Grilo, Bernardo Melo Franco e Daniel Salgado em O Globo. As diferenças entre as duas pesquisas são poucas.

O Ibope, porém, focalizou um aspecto importante que se refere aos votos nulos e brancos por classe social. Por exemplo, o índice dos que hoje se mostram dispostos a votar branco ou anular está em 18% junto aqueles que ganham mais de 5 salários mínimos. Para os que percebem de 2 a 5 a taxa passa para 26%. Para os de renda ainda menor de 1 a 2 salários mínimos o percentual sobre para 31 pontos. Finalmente para o conjunto de assalariados contidos em 1 salário mínimo a intenção de votar nulo ou branco eleva-se a 33%.

CLASSES SOCIAIS – As diferenças entre as classes sociais norteia as pesquisas muito mais do que a divisão por sexo, embora as mulheres representam 30% da rejeição ao voto. Os homens 23%.

Relativamente no que se refere ao quadro sem Lula, o Datafolha apontou 22% para Jair Bolsonaro , enquanto que para o Ibope o índice é de 20%. As diferenças são pequenas entre as duas pesquisas. Marina Silva encontra-se em segundo lugar, seguida por Ciro Gomes e Alckmin. Respectivamente 10 pontos para Ciro, 9 para Alckmin e 4 tanto para Alvaro Dias quanto para Fernando Haddad.

No cenário com Lula no Datafolha o ex-presidente surge com 39%, dois pontos apenas da pesquisa do Ibope que lhe atribuiu com 37%. Mas esta é outra questão.

BRANCOS E NULOS – Os indicativos apontados pelo Datafolha assinalam uma tendência de queda progressiva dos votos brancos e nulos à medida em que a campanha política entra na sua reta final. A reta final, digo eu, transcorre na segunda quinzena de setembro até o início de outubro, inclusive porque a Rede Globo marcou um debate entre os candidatos exatamente nesse dia, no qual termina também o horário político.

É sempre assim, tenho experiência como repórter de um grande número de decisões eleitorais. Lembro a de Negrão de Lima,  em 65, para o governo da então Guanabara. Ele venceu em 22 dias.

DIFERENÇA – Para não dizer que as pesquisas do Ibope e do Datafolha são iguais, assinalo uma diferença quanto as intenções de voto para o governo do Rio de Janeiro. Para o Datafolha, Eduardo Paes lidera com 18, seguido por Romário 16 e Garotinho com 12. Para o Ibope, Romário tem16, Paes 14 e Garotinho registra 12 pontos.

A partir desta data vamos ver quais modificações podem ocorrer. A começar no plano federal, a partir do momento em que Lula formalizar seu apoio ao ex-prefeito da cidade de São Paulo.