Testemunhas põem mão no fogo pelo padre Airton e dizem que acusação contra ele não passa de delírio

Por Magno Martins e Juliana Albuquerque/Blog do Magno  – Com processo sob segredo de Justiça investigado pelo Ministério Público de Pernambuco e Polícia Civil, a acusação de participação do padre Airton Freire no suposto estupro cometido pelo seu motorista, contra a personal stylist Sílvia Tavares de Souza, ganha um novo capítulo. Em entrevista exclusiva ao blog, duas testemunhas contradizem a versão apresentada por Sílvia, a quem identificam como uma pessoa instável e extremamente delirante.
“Quando vi a notícia, fiquei sem acreditar. Até enviei uma mensagem para ela questionando como diz que foi abusada no dia 18 e nos dias seguintes do retiro continua no mesmo lugar beijando e idolatrando o padre Airton, o seu abusador?”, questiona a estudante Marina Araújo (na foto acima).
Frequentadora do retiro da Fundação Terra há dez anos, Marina revela ter chegado ao retiro no dia 19, um dia após ao suposto abuso cometido pelo motorista e assistido pelo padre Airton. No local, ela e cerca de 80 pessoas ficaram até o dia 21 sem que Silvia mostrasse qualquer incômodo por estar no local ou qualquer indício de que havia sido violentada um dia antes.
“Pelo contrário, em todo o momento Sílvia sempre quis mostrar aos presentes que era uma pessoa muito próxima do padre, a quem chamava de “padinho” e de ser o santo responsável pela cura de um tumor que teve na cabeça. Ela falava, inclusive, que ia à Fundação Terra a hora que quisesse”, revela a estudante.
Segundo Marina, a história de Sílvia não passa de um delírio criado em sua mente, pois não tem o menor sentido e está cheia de contradições que ela até o momento não conseguiu explicar. “Em alguns momentos, em entrevistas que assisti de Sílvia sobre o caso, ela diz que estava com o marido no retiro, o que não é verdade. Na época, ela disse a várias pessoas que estava separada do esposo. Outra coisa, como uma pessoa que se diz esclarecida, é violentada e não parte no dia seguinte para fazer um Boletim de Ocorrência e colher qualquer evidência para confirmar a história?”, indaga.
Ela complementa: “Não sei o que a levou a fazer isso, mas que eu tenho absoluta certeza de que o padre Airton é 100% inocente e que essa acusação não passa de uma denúncia mentirosa e fantasiosa. Acredito que as investigações e curso irão atestar isso”, afirma a estudante.
Também há mais de dez anos como frequentadora habitual da Fundação Terra, a oficial de Justiça Laene Lucena sai em defesa do padre e confirma que a denúncia feita por Sílvia não passa de uma mentira infundada.
Ela conta que chegou, junto com mais quatro amigas, no retiro um dia depois do suposto abuso denunciado por Sílvia e que tudo corria na mais absoluta normalidade. Inclusive, com muita gente fazendo questão de estar junto com o padre Airton, tirando foto e pedindo bênçãos ao religioso. Por conta do assédio dos fiéis ao padre, que desde 2021, quando foi internado com problemas cardíacos, vem com a saúde debilitada, Laene se viu na obrigação de intervir pedindo para que as pessoas tivessem misericórdia diante da saúde fragilizada do padre e o deixassem cumprir o rito do retiro sem interrupções.
“Foi após esse momento que a figura de Sílvia me chamou a atenção, pois, até aquele momento, nunca a tinha visto nos retiros da Fundação Terra. Em seguida, ela prontamente se levantou, foi lá no microfone e em alto e bom som na frente de todo mundo ela disse que estava ali, que ele [o padre] tinha operado um verdadeiro milagre na cabeça dela, e que ela o amava e que ninguém ia chegar perto dela para proibi-la de abraçar e beijar ele. E o abraçou e o beijou na frente de todos os presentes. É impossível uma pessoa ter sido estuprada em uma quinta de manhã e no sábado fazer o que fez na frente de todos”, comenta Laene.
A partir desse momento, a oficial de Justiça passou a prestar mais atenção em Sílvia, que sempre fazia questão de estar próxima ao sacerdote e criar situações para aparentar ter intimidade com o padre.
“Quem segue as regras de lá, como a grande maioria dos fiéis, sabe que tem que entender o limite. Tem pessoas que confundem o padre com um santo ou com um místico, algo que beira o devaneio. Eu enxergo Sílvia com essa característica, o tempo todo querendo se fazer íntima. O fato dele a chamar de princesa não diz que ele tem aproximação a ela. O padre é uma pessoa extremamente educada e ele chama muitos fiéis a quem não recorda o nome de “princesa”. É algo extremamente natural”, explica.
Assim como Marina, Laene acredita piamente na inocência do padre Airton e tem certeza de que tudo não passa de uma fantasia criada por Sílvia para chamar atenção. Para ela, não está claro o real motivo que levou Sílvia a contar essa história. Até porque, segundo Laene conta, ela não lembra de Jailson Leonardo da Silva como motorista do padre, embora frequente a Fundação Terra há mais de dez anos e conheça todo mundo.
“Aqui, quem fala não é uma fiel, uma fanática, é uma mãe de dois filhos que vê um projeto social ruindo por terra por conta de uma maldade de uma pessoa. Realmente, não entendo seus motivos. Penso que se ela queria atingir o padre com essa invenção, está atingindo muito mais aquele pobre que depende da assistência da Fundação Terra, porque após essa história, o que estamos vendo são as arrecadações despencando. E em nome de quê? Fama, notoriedade?”, indaga.