Teresa Leitão defende candidatura própria do PT ao governo do estado

Diário de Pernambuco
Até o momento, o PT ainda não definiu como jogará nas eleições estaduais de 2022 em Pernambuco. Para a deputada Teresa Leitão (PT), os petistas deveriam apostar em uma candidatura própria ao governo, chegando a ventilar os nomes da deputada Marília Arraes e do senador Humberto Costa. “É hora do PT ter uma candidatura própria ao governo do estado”, afirmou, em entrevista com a Rádio Clube.
Outra opção para o partido seria ingressar na Frente Popular, bloco comandado pelo PSB, mas, de acordo com a parlamentar, a falta de definição do PSB quanto a um nome para o governo coloca os outros partidos do bloco em uma posição delicada. Os socialistas ainda não divulgaram quem será o candidato, muitos apostam no nome do ex-prefeito do Recife Geraldo Júlio, mas o mesmo já negou em diversas ocasiões que disputaria. “Parece, olhando de fora, que o PSB está com um grau de dificuldade para resolver quem será o seu candidato”, ponderou Teresa. “Quem é o candidato? Nem eles mesmos sabem! A gente vai ficar esperando eternamente e resolver na boca da urna, por ter a força da máquina política e eleitoral?”, perguntou a deputada.
Quanto à uma possível candidatura própria, Teresa afirmou que não seria um projeto solo, podendo contar com o apoio de outros partidos, como o PSOL. “Eles têm uma resolução estadual de não compor com o PSB”, comentou. “Tem outros partidos com os quais dialogamos nacionalmente que compõem uma grande frente no congresso nacional”, afirmou, sem citar os nomes das siglas. Teresa também destacou a vontade do partido de ter lugar em uma chapa majoritária, comentando sobre o senado. “A vaga do senado vindo para o PT é um ganho para a própria composição política eleitoral da chapa”, assinalou, citando o nome da deputada Marília Arraes como opção para uma cadeira no senado. Caso o PT se junte ao palanque socialista ou até mesmo outro palanque, Teresa afirmou que o pré-candidato e ex-presidente Lula (PT) seria um “puxador de votos”. “Lula tem um poder de transferência de voto muito grande. O candidato a governador que tiver o apoio dele [Lula] tem o benefício da força eleitoral dele”, cravou.
Quanto ao flerte do PT com o PSB, tanto os petistas quanto os socialistas se dividem em relação a esse cenário. As marcas deixadas pela última eleição municipal do Recife, quando Marília Arraes e João Campos (PSB) disputaram pela prefeitura, podem acabar influenciando as eleições de 2022. Para o PSB, um palanque com o PT significaria a perda do apoio do PDT, partido que governa oito capitais junto com o PSB. O presidente estadual do PDT comentou com o Diario, em junho, que não haveria possibilidade do partido marchar junto do PT. “Se o PSB quiser marchar com o PT, nós estaremos em outro palanque”, cravou o deputado Wolney Queiroz.
No espectro nacional, o pré-candidato à presidência pelo PDT, o ex-ministro Ciro Gomes, tem destilado críticas públicas ao ex-presidente Lula e à ex-presidenta Dilma (PT), reforçando a distância entre os partidos. “O fator Ciro aqui em Pernambuco é algo que nos faz pensar muito na posição do PSB, tem gente lá que defende Ciro”, ponderou Teresa. A deputada, porém, descartou o ex-ministro como uma real ameaça nas urnas. “Acho que depois que esse senhor foi para paris, em um momento crucial da política brasileira, acho que não tem salvação para aquele homem”, comentou. “ Na ânsia de atacar e desconstruir o PT, ele quer ser o oposto, por ele ter dificuldade em subir nas pesquisas. Ele faz, faz e faz, mas fica no mesmo patamar de pesquisa”, concluiu a deputada.