O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, saiu em defesa ontem (14) do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e disse que a quebra do sigilo do filho do presidente Jair Bolsonaro não prejudica a atual gestão.
No final de abril, a Justiça do Rio de Janeiro autorizou a quebra dos sigilos bancários e fiscal do senador e de seu ex-assessor Fabrício Queiroz. A iniciativa é o primeiro passo judicial no rastro da investigação que apura movimentação atípica de R$ 1,2 milhão na conta bancária de Queiroz.
Para o ministro, o episódio “de jeito nenhum” causa danos à imagem do governo Bolsonaro e tem de ser resolvido no âmbito processual, não interferindo na agenda do Executivo no Poder Legislativo.”É uma questão que tem de ser resolvida dentro do processo que está em aberto. Nós temos total tranquilidade e temos confiança no Flávio e certeza de que o governo está conduzindo o seu trabalho”, disse.
A ordem no Palácio do Planalto tem sido para que a equipe ministerial evite comentar em público a quebra do sigilo, em uma tentativa de dissociá-la do presidente para não criar um novo desgaste de imagem.
Em conversa com a imprensa, o ministro disse que há “risco zero” da medida provisória da reestruturação do governo caducar, apesar das dificuldades em pautá-la no plenário da Câmara dos Deputados. O prazo termina em 3 de junho. “Não, nenhum. Risco zero”, disse.
O ministro disse ainda haver chances de ser revertida em plenário a decisão da comissão especial que devolveu o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) ao Ministério da Economia. Segundo ele, o ideal é que o órgão federal fique com a Justiça, pasta a cargo de Sergio Moro.”Qualquer um dos cenários é bom para o governo. O importante é que toda a equipe será integralmente mantida”, disse.
Ele atribuiu as recentes quedas de braço entre os núcleos militar e ideológico a um interesse em desestabilizar o governo. Ele não explicou, contudo, de quem partiria o movimento.”Essas coisas acontecem porque há um interesse em desestabilização. Nunca nos deram uma trégua, como pedimos na transição do governo. Esses episódio só têm um efeito: unem muito a equipe”, disse. (Folhapress)