Com a decisão de Jean Willys de renunciar ao mandato na próxima legislatura, que começa em 1º de fevereiro, quem assume a vaga de deputado federal é o vereador David Miranda (PSol-RJ). A posse dos parlamentares eleitos está marcada para sexta-feira da semana que vem (1º/2). Miranda recebeu 17.356 votos, o equivalente a 0,22% dos válidos, e garantiu a primeira suplência do PSol.
“Nascido na favela do Jacarezinho, parceiro de (Edward) Snowden na luta contra a espionagem na internet e primeiro vereador LGBT da história do Rio de Janeiro”, assim David Miranda se define na sua página oficial. Casado com o jornalista Gleen Greenwald, dono do site The Intercept, Miranda elegeu-se vereador do Rio de Janeiro, em 2016. “David Miranda é cria do Jacarezinho, negro, favelado e LGBT. Nunca conheceu seu pai e aos 5 anos ficou órfão de sua mãe”, diz outro texto no site oficial.
David Michael dos Santos Miranda tem 33 anos e declarou ter a cor/raça preta à Justiça eleitoral nas eleições do ano passado. Na época da repercussão das revelações de Snowden, que tornou público o esquema de espionagem do governo dos Estados Unidos, Miranda chegou a ficar preso durante nove horas, em agosto de 2013, em um aeroporto de Londres. Ele prestou depoimento porque estava com documentos do ex-agente de inteligência norte-americano.
Ontem (24/1), logo após as primeiras reportagens sobre a renúncia de Jean Wyllis ao mandato, David Miranda respondeu a uma postagem, no Twitter, do presidente Jair Bolsonaro que dissse ser “um grande dia”. “Respeite o Jean, Jair, e segura sua empolgação. Sai um LGBT mas entra outro, e que vem do Jacarezinho. Outro que em 2 anos aprovou mais projetos que você em 28. Nos vemos em Brasília”, escreveu Miranda, que contava com 45,8 mil seguidores às 17h46. (Correio Braziliense)