A China conseguiu realizar um pouso em Marte com sua primeira tentativa, e o rover Xhurong já está em segurança na superfície marciana. O país se torna o segundo, depois dos EUA, a ter uma missão operacional de solo em Marte.
Mais uma vez, tudo foi feito sem comunicação prévia ao público ou transmissão ao vivo. E ocorreu cerca de 4h antes do esperado originalmente. À moda chinesa.
O rover de 240 kg movido a energia solar fez o pouso, num módulo equipado com retropropulsores, pouco depois das 20h (de Brasília). A descida ocorreu em Utopia Planitia, como planejado, auxiliada por paraquedas, cerca de oito minutos após a entrada na atmosfera.
O local foi escolhido para combinar o interesse científico da missão — buscar sinais de vida em Marte — e as necessidades de engenharia. É um lugar relativamente plano e com baixa altitude, o que permite o melhor uso da atmosfera para uma frenagem segura.
Foi lá que desceu, em 1976, a sonda Viking 2, da NASA. Por sinal, até hoje, só os Estados Unidos conseguiram operar sondas na superfície marciana.
Os russos chegaram a fazer um pouso bem-sucedido, em 1971, com o módulo de pouso Mars 3, mas ele pifou 20 segundos após a descida. Os ingleses também bateram na trave, com o módulo Beagle-2, que em 2003 chegou à superfície de Marte intacto, mas não conseguiu abrir seus painéis solares e fazer contato com a Terra.
Começam agora as preparações para que o veículo possa transitar pelo solo, dando início a uma missão que terá duração inicial de 90 sóis.