Requião diz por que não há como dar golpe no Brasil…

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O senador Roberto Requião (PMDB-PR) apontou os três motivos que, no seu entender,  impedem um golpe no Brasil:  o primeiro: “os bancos mandam no País e não querem tirar a Dilma, nem o Levy, nem o Tombini”; o segundo: “a decisão do TCU matou o Temer, porque ele também assinou vários decretos do que chamam de pedaladas fiscais”; o terceiro: “o Aécio é até um sujeito simpático, mas ninguém o leva a sério, é totalmente inconsistente”; ou seja: o golpe não interessa ao capital, não atende aos anseios do PMDB e só se encaixa nas pretensões de Aécio, que, segundo o senador, tem fôlego curto e “não passa de uma figura menor no Senado”

Sem papas na língua, em entrevista ao BR 247, Requião (PMDB-PR) indaga e ele mesmo responde:  “Quem é que manda no Brasil?”: “São os bancos”.  “E você acha que eles querem tirar a Dilma, o [Joaquim] Levy ou o [Alexandre] Tombini?. Os banqueiros nunca estiveram tão felizes.”

Requião, em seguida, cita um dado divulgado hoje: a taxa média dos juros no cheque especial atingiu 12% ao mês.

“Sabe qual é o máximo permitido no Paraguai? Vinte por cento ao ano.”

O senador paranaense passa, então, para o segundo motivo que impede o golpe. “A decisão do TCU matou o [Michel] Temer. Porque ele assinou vários decretos do que chamam de ‘pedaladas fiscais’”, afirmou. “Se isso é motivo para cassar a Dilma, também serve para cassar o Temer”.

No entanto, Requião contesta a força da decisão do TCU. Em artigo publicado nesta semana no 247, ele criticou o excesso de formalismo da oposição, ao tentar um impeachment pelos motivos apontados pelo tribunal de contas (leia aqui).

Por fim, Requião apontou o terceiro motivo que impede um golpe de estado no Brasil: a fragilidade do senador Aécio Neves (PSDB-MG), que lidera o “golpismo paraguaio”:

“Ele é inconsistente. É uma figura menor no Senado. Quando ele sobe na tribuna para falar, ninguém o escuta. Ninguém o leva a sério”, diz Requião. Segundo ele, só existe esse frenesi em torno do impeachment, porque o tema é inflado pela mídia. (Magno Martins)