O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, deve recorrer nesta sexta contra as liminares concedidas por Rosa Weber e Teori Zavascki contra o rito que ele definiu para a tramitação das denúncias que podem resultar no afastamento de Dilma.
Duvido que seja bem-sucedido, como já afirmei nesta quarta no programa “Os Pingos nos Is”, da Jovem Pan.
Dois votos a favor do que quer o governo estão garantidos, certo? Os de Rosa e Teori. Marco Aurélio Mello já se pronunciou em favor da liminar. Considerando a volúpia com que Roberto Barroso defende que o Supremo atue como legislador, acho que dará com facilidade o quarto voto.
Não tenho dúvida de que Ricardo Lewandowski, presidente do Supremo, daria o quinto, e talvez Dilma nem precise de Edson Fachin, o mais novo integrante da Corte: Luiz Fux, outro entusiasta do Supremo Legislador, pode se encarregar da tarefa.
Assim, Cunha continuará a ser “o homem” a definir o início ou não da tramitação da denúncia contra Dilma.
E não pensem que as chicanas vão se esgotar aí, não. Caso Cunha resolva deferir um pedido, outras tantas liminares chegarão o Supremo. A turma de Collor atulhou o tribunal com nove recursos em 1992. Perdeu todos.
Os tempos, no entanto, eram outros, e ninguém por lá estava principalmente empenhado em servir. (Reinaldo Azevedo)