Quatro meses após polêmica, professora trans tem título de cidadã recifense aprovado pela Câmara de Vereadores

Diário de Pernambuco – A Câmara Municipal do Recife aprovou, nesta segunda (29), a concessão do título de cidadã do Recife para a professora trans Dayanna Louise.
A decisão foi tomada quatro meses depois de uma polêmica.
Em 13 de dezembro do ano passado, o mesmo Legislativo Municipal havia negado a honraria para a docente. 
A professora é  natural de Carpina, na Mata Norte, e doutoranda em educação. 
O Projeto de Decreto Legislativo (PDL) que deu origem ao título foi proposto pelo vereador Ivan Moraes (PSOL). 
Ao todo, foram 29 votos favoráveis e dois contrários. Votaram contra Alcides Cardoso (PL) e Felipe Alecrim (Novo). 
No ano passado,o projeto teve 20 votos a favor e apenas cinco contra, mas era necessário um mínimo de 24 votos favoráveis. Na ocasião, 14 vereadores se abstiveram de votar.
Avaliação
“Foi um dia importante, pois conseguimos superar uma vergonha que passamos no final do ano passado. Finalmente aprovado o título de cidadã para Dayanna Louise dos Santos, uma educadora rocheda, uma pessoa fantástica, que merece muito ter essa comenda dada pela Casa de José Mariano”, afirmou Ivan Moraes.
Confusão
Na época da rejeição do título, Moraes pediu a cassação do mandato da colega  Michele Collins (PP). 
 Ele protocolou um pedido na Comissão de Ética da Casa José Mariano.
O parlamentar alegou que a colega cometeu “crime de transfobia” após um discurso no plenário da Câmara contra  a concessão do título de cidadã recifense para a professora Dayanna Louise. 
Por meio de nota, a vereadora Michele Collins afirmou que “em nenhum momento ofendeu, desrespeitou ou não valorizou o currículo da pessoa que estava no projeto”. 
 A parlamentar acrescentou que “apenas e tão somente, a discussão era regimental”. 
Também em dezembro do ano passado,  professora afirmou que a “rejeição do título de cidadã do Recife representa uma afronta aos direitos da população trans e travesti por parte dos setores fundamentalistas que visam obter capital político através da propagação de discursos falaciosos”.