O PSOL desistiu de lançar a candidatura própria a prefeitura do Recife e decidiu apoiar a postulação da deputada federal Marília Arraes (PT). A votação que optou pela rejeição da realização de prévias para a disputa da Capital aconteceu no âmbito do Diretório Nacional e foi feita a pedido de recurso apresentado por um grupo de filiados ao PSOL Recife. Ao consolidar o apoio dos psolistas, Marília fortalece seu projeto de criação de uma frente de esquerda para o pleito municipal.
Em nota assinada por Juliano Medeiros, presidente Nacional do PSOL, é explicado o contexto da retirada da postulação, que tinha o nome do ex-deputado federal, Paulo Rubem Santiago, para concorrer ao cargo. “O pedido apreciado na tarde de sábado (8 de agosto), ao ser rejeitado, reafirma a decisão do Diretório Municipal do PSOL em Recife de formação de uma frente de oposição ao governo municipal e ao Bolsonarismo em Pernambuco”.
No início de julho, o PSOL Recife votou e aprovou, durante reunião plenária, a retirada de todas as pré-candidaturas em troca de uma aliança com partidos de esquerda da capital. Paulo Rubem era um dos pré-candidatos e resistiu a ter seu nome retirado da disputa, tendo recorrido ao Diretório Nacional, que nesta segunda-feira lançou a nota reafirmando o que já havia decidido o diretório local.
Ainda na nota, Juliano Medeiros encerra o imbróglio afirmando que o partido apoiará Marília. “Com o resultado, o PSOL declara oficialmente apoio à candidatura de Marília Arraes (PT), conforme definido pelo Diretório Municipal. Essa decisão se fundamenta na necessidade de unir a oposição e combater os retrocessos que temos visto em nosso país”, conclui a nota.
Também por meio de nota, Marília Arraes se posicionou contando que a aliança entre PSOL e o PT dará “um discurso legítimo de oposição” a sua pré-candidatura.“A manifestação de Juliano Medeiros fortalece essa frente de oposição ao Governo Bolsonaro que o PT e o PSOL já fazem no plano nacional e que será importantíssima para o debate que também faremos no Recife no enfrentamento a projetos que são de inspiração bolsonarista ou que não têm no centro da sua agenda a garantia de direitos dos trabalhadores”, afirmou.
Nacionalmente, o PSOL e o PT compõe a Frente Nacional de Esquerda com o PSB, PDT, PCdoB e Rede. Apesar do arranjo nacional, no Recife o cenário é outro e a esquerda segue divida para as eleições. Assim, o PSB, que conta com o apoio do PCdoB, deve ser o grande alvo do PT, que tem Marília como candidata. O PDT, que tem o deputado federal Túlio Gadêlha como candidato ainda segue acenando para a Rede, que por sua vez ainda não oficializou o apoio da legenda a postulação pedetista. Na conjuntura atual, o apoio do PSOL a Marília equilibra a sua postulação com a de João Campos (PSB), e agora os dois palanques passam a ter a aprovação de outro partido de esquerda em sua pré-candidatura.
Ainda segundo Marília, os dois partidos, PSOL e PT, possuem uma agenda convergente para a Capital. “Eu sou a única pré-candidata que tem desde o último mês de março apresentado propostas para o Recife, com o Recife Cidade Inteligente. E recentemente o PSOL apresentou o Recife Arretado, que está totalmente sintonizado com o que planejamos para a cidade”, reforçou.