Antes de sucessão presidencial, o governador Paulo Câmara terá que matar muitos leões, a começar pela crise econômica que também aflige Pernambuco. Isso não impede, no entanto, que ele, vice-presidente nacional do PSB, se debruce sobre a eleição para presidente da República em 2018, pano de fundo da instabilidade política que está colocando em risco o governo Dilma.
O PSB, que desembarcou do projeto Aécio Neves (PSDB) tão logo acabou a eleição e que mantém um distanciamento estratégico do PT, já está pensando na construção de um nome para 2018. Partindo da tese que toda eleição tem uma terceira via – Eduardo em 2014 e Marina em 2010 são os exemplos mais recentes – o PSB, mesmo sem nomes expressivos nacionalmente, não vai passar em branco em 2018. Pode ser até mesmo uma alternativa fora do partido. Essa construção, claro, passa por Pernambuco e pela reeleição do próprio Paulo. O PSB pernambucano é, entre as representações estaduais do partido, o que tem mais força com a maior bancada federal. Dos 34 deputados oito são pernambucanos, dos seis senadores um é do estado, e dos 442 prefeitos socialistas 59 estão em Pernambuco. Manter essa superioridade é um dos desafios de Paulo. Em 2016, por exemplo, não estará em jogo só a grandiosidade da Frente Popular, mas também a preservação das prefeituras sob o comando do PSB.
E para ter esse controle eleitoral, o governador tem que dar conta de 2015. Sem poder contar com o dinheiro federal, Paulo trabalha para assegurar recursos estaduais para pagamento da folha, manutenção da máquina e dos programas sociais além de investir R$ 1 bilhão, sabendo que o cenário não é animador. A previsão de aumento da arrecadação neste ano fica em torno de 7%, apenas acompanhando a inflação que deve chegar a esse patamar. Vamos aguardar.
Caminhos
O milho A bancada de oposição na Assembleia, que tem dois economistas para analisar o orçamento e as contas do governo Paulo Câmara, acusa o modelo de gestão do PSB de favorecer o descontrole nos gastos públicos. É,o líder da oposição, Silvio Costa Filho (PTB) critica o governador mas sua meta é a Prefeitura do Recife.
“Só não disseram o ano”. Comentário atribuído a Paulo Câmara, que vem sendo repetido em todas as salas do Palácio das Princesas, na defesa do secretário da Casa Civil, Antônio Figueira, sobre quem circularam rumores de que não comeria o milho do São João.
Pela mulher
Engajada na campanha Paz em Casa, lançada pela ministra Carmém Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, a primeira-dama do estado, a juiza Ana Luiza Câmara (foto), destaca que, a exemplo do Pacto Pela Vida, uma carreta com delegados, integrantes da Defensoria Pública e do Ministério Público além de seis juízes, está em Jaboatão para um mutirão em áreas onde cresceu a violência contra a mulher.
Por telefone
Ontem, Paulo Câmara reservou uns minutos para parabenizar o senador Aécio Neves (PSDB) que completou 55 anos de idade. Os dois conversaram também sobre a crise nacional, mas a motivação do telefonema do governador foi social.
Mais uma
Mais um integrante do governo Dilma vem a Pernambuco. A ministra Tereza Campello, do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, está sendo esperada hoje no estado para se inteirar dos estragos da seca. (Diário de Pernambuco)
