Preço do quilo do feijão ultrapassa R$ 10 no Grande Recife…

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Nas feiras livres ou nos supermercados, a reclamação do consumidor é unânime: o aumento expressivo do preço do feijão. Segundo levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), houve um crescimento de 7,20% no preço do alimento de abril para maio. Em alguns lugares, o quilo já ultrapassa os R$ 10, fazendo do grão uma raridade na mesa do recifense.

“Nunca vi o feijão tão caro assim! Está a preço de ouro. Quando eu compro, a gente faz a festa lá em casa”, brinca a comerciante Maria Lopes da Silva. Segundo ela, a alternativa é comprar outros alimentos mais baratos, como batata ou fubá. Para a família, a troca não faz o mesmo efeito; para o bolso, o alívio é considerável. 

De acordo com o Dieese, o feijão teve alta em 24 capitais brasileiras. A seca em estados como Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás – locais de onde sai a maior parte do feijão consumido no Brasil – prejudicou a última safra e diminuiu em quase 80% a oferta do grão. “A redução da oferta reflete diretamente no aumento do preço”, explica o financista Arthur Lemos.

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Segundo o especialista, o valor do alimento presente na mesa de praticamente todos os brasileiros varia conforme a quantidade de interferências na revenda no produto. “Vemos diferença de preço de locais como a Ceasa em relação a feiras e supermercados. Quanto mais intermediadores, maior o preço”, observa Lemos.

Ciente disso, a dona de casa Maria Helena opta pelo Mercado de São José, no Centro do Recife, para comprar o feijão, apesar de ter supermercados próximos à sua casa. “A gente sabe que os mercadinhos fazem promoção, mas 20 ou 30 centavos já fazem a diferença na hora da compra”, ressalta.

Para Lemos, a estratégia de comparação de preços é realmente eficaz. “Também é importante tentar evitar comprar um tipo mais caro e escolher um mais barato”, orienta, já que o feijão mulatinho tem apresentado preços superiores ao feijão preto.

Pesquisa
Segundo os números levantados pelo Dieese, o valor da cesta básica no Recife teve queda de  1,33% no mês de maio, apresentando, assim, queda de R$ 358,55 para R$ 353,78. O valor compromete 43,7% do salário mínimo líquido, segundo o órgão. Apesar da diminuição no valor,  houve aumentos expressivos em alguns alimentos como a farinha (5,29%) e a manteiga (9,38%). (G1)