Usando uma bengala, ele caminhou com o prefeito Muriel Bowser, em Washington, DC, em uma rua da Casa Branca que Bowser havia acabado de renomear Black Lives Matter Plaza, que tinha acabado de ser decorada com um grande mural amarelo onde foi escrito “Black Lives Matter” (Vidas negras importam).
Lewis confrontou o presidente dos EUA, Donald Trump, boicotando sua posse e ressaltando a interferência russa nas eleições de 2016 para questionar sua legitimidade.
O anúncio da morte de Lewis foi feito pela presidente da Câmara americana, Nancy Pelosi, início da madrugada deste sábado (18).Trajetória
Lewis nasceu em Troy, no Alabama, em 1940. Era o quarto de dez irmãos de uma família de camponeses e cresceu em uma comunidade totalmente negra, onde rapidamente sentiu a segregação pela cor da pele.
Tinha apenas 21 anos quando se tornou um dos fundadores dos “Passageiros da Liberdade”, que lutaram contra a segregação racial no sistema de transporte público americano no início dos anos 1960.
Lewis foi o líder mais jovem da manifestação de 1963 em Washington, na qual Luther King proferiu seu histórico discurso “I have a dream” (“Eu tenho um sonho”).
Dois anos depois, quase morreu em uma manifestação antirracista pacífica em Selma, Alabama, quando teve um crânio fraturado pela polícia.
Aquele dia ficou conhecido como “Domingo Sangrento” e, exatamente meio século depois, caminhou de mãos dadas com Barack Obama, o primeiro presidente negro dos Estados Unidos, até o local do protesto emblemático.
Lewis entrou no Congresso em 1986 e logo se tornou uma das vozes mais poderosas da defesa da justiça e da igualdade.