Perdendo ou ganhando, dará no mesmo. (Carlos Chagas)

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Mais fácil derrubar Dilma derrubando Lula? Ou mais fácil derrubar Lula derrubando Dilma? Não adianta nada.Tanto faz. Porque quem pretende impedir a eleição de Lula, em 2018, precisa desmanchar a imagem de Dilma. Um não subsiste sem a outra, sendo a recíproca verdadeira. Esse silogismo explica a visita da presidente da República ao antecessor, ontem, em São Paulo, depois da confusão verificada na véspera, por obra e graça da Justiça. Dilma foi à Canossa, enquanto Lula atravessou o Rubicão. Traduzindo: raras vezes desde que celebraram sua aliança, jamais precisaram um da outra. Ou outra do um. Pode estar sendo marcada uma fase nova em suas relações. Enganou-se quem supôs o rompimento.

Sem querer, o juiz Sérgio Moro trabalhou para a unidade do PT, colaborando pela sua preservação no poder. Equivalem-se, a partir de agora, criador e criatura. São os dois contra o mundo, ainda que só por milagre Dilma consiga eleger Lula. Ou Lula ver-se eleito por Dilma.Trata-se da única oportunidade de conseguirem chegar juntos ao alto da montanha.

Que o Lula meteu os pés pelas mãos, não se duvida desde que estimulou o uso de dinheiros públicos em negócios privados. Já no seu primeiro mandato, fechava os olhos a contratos fajutos, superfaturamentos e tráfico de influências. Agora, muito pior. Sua principal auxiliar sabia e até impulsionava essas operações. Se desde antes, em governos passados, todos faziam e podiam, por que não eles? Só que dessa vez o termômetro subiu além do previsível. A bolha estourou. Eis o resultado: se a dupla Lula-Dilma vencer, horrível. Se perder, não será pior?