Os principais partidos de oposição e legendas de centro têm feito reuniões para decidir como agir no caso do escândalo das mensagens do ministro Sergio Moro, da Justiça, com procuradores da Operação Lava Jato.
Há um consenso: é preciso ter paciência e esperar Moro “sangrar” ainda mais antes de abrir guerra total contra ele, criando uma CPI.
A ordem é esperar por novas revelações do site The Intercept Brasil, que publicou as primeiras reportagens no domingo (9).
A expectativa é de que novas mensagens piorem ainda mais a situação de Moro.
O ambiente para Moro está complicado mesmo entre os que sempre apoiaram a Lava Jato. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), por exemplo, diz que o caso “é um escândalo”.
“O combate à corrupção não pode passar por meios jurídicos espúrios”, diz Randolfe. O mais grave, diz, é o fato de que “elementos estranhos ao processo eleitoral”, como os procuradores, possam ter influído no resultado do pleito.
O jornalista Glenn Greenwald, do The Intercept Brasil, foi pressionado, em 2017, a boicotar uma premiação da Lava Jato no Canadá. Ele seria o palestrante da cerimônia.
Greenwald não apenas foi como fez rasgados elogios aos procuradores. Deltan Dallagnol postou o vídeo do discurso em suas redes sociais, fazendo com que ele viralizasse.
“Assistir brasileiros numa jovem democracia colocando seus bilionários na prisão e prendendo políticos de todos os espectros partidários”, disse o jornalista, “é algo extraordinariamente corajoso, digno de ser homenageado”.
Greenwald disse que o combate à corrupção era “extraordinariamente difícil” —o que explicaria os equívocos dos “jovens” procuradores.
“Eu sou a favor da Lava Jato”, diz Greenwald à coluna —ele hoje é acusado de querer destruí-la por publicar o escândalo das mensagens. “Mostrar os erros cometidos fortalece a operação.”