O papa Francisco lamentou a “falta de compaixão, o desinteresse e uma escassa vontade social e política” para lutar contra a fome no mundo, ao receber nesta quinta-feira (27) no Vaticano os ministros e participantes da 41ª Conferência da FAO.
“O objetivo ‘Fome Zero’ no mundo ainda é um grande desafio, apesar de ser preciso reconhecer que nas últimas décadas houve um grande avanço”, disse o pontífice argentino perante a delegação, que incluiu o novo diretor general da agência das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, o chinês Qu Dongyu.
O papa não só pediu aos governos e pessoas que cumpram com as disposições das Nações Unidas, mas também pediu um compromisso pessoal na luta para reduzir a fome, que afeta mais de 800 milhões de pessoas na África, Ásia e América Latina.
“Um dos meios que está ao nosso alcance é a redução do desperdício de alimentos e água, pois essa educação e conscientização social é um investimento a curto e longo prazo”, afirmou o papa.
Segundo dados da FAO, cuja sede fica em Roma, um terço dos alimentos produzidos no mundo é perdido ou desperdiçado, por isso o apelo às novas gerações.
“A falta de comida e água não é uma questão interna e exclusiva dos países mais pobres e frágeis, mas diz respeito a cada um de nós, porque todos com nossa atitude participam de uma maneira ou de outra, favorecendo ou impedindo o sofrimento de muitos de nossos irmãos”, alertou o pontífice latino-americano, extremamente sensível aos problemas sociais. (AFP – Agence France-Presse)