Eleito em 2014 na esteira da aprovação de Eduardo Campos e posteriormente da sua morte, Paulo Câmara passou quatro anos tendo sua legitimidade eleitoral e liderança política questionada. Armando Monteiro, segundo colocado na disputa de 2014, por diversas vezes atribuiu a vitória de Paulo em 2014 à comoção gerada pelo acidente vitimando o ex-governador. Armando acreditava que se houvesse uma discussão naquela ocasião dos temas de Pernambuco, ele sairia vitorioso.
Passados quatro anos, quis o destino que fosse reeditada a disputa pelo Palácio do Campo das Princesas. Armando novamente candidato a governador, esperava ter melhor sorte nesta ocasião, e lançou-se candidato com uma frente política mais representativa que na eleição anterior. Com a baixa aprovação do governador e uma fadiga de material de doze anos, estava feita a equação para Armando Monteiro chegar ao Palácio do Campo das Princesas.
Ocorre que novamente Armando não conseguiu cativar o eleitorado, que mesmo reticente ao governo Paulo Câmara, não vislumbrou na candidatura oposicionista uma mudança efetiva de rumos do estado para melhor, e fez a opção por Paulo Câmara, que foi reeleito com uma votação bem menor do que na eleição anterior, mas o que vale é a vitória, que ocorreu ainda no primeiro turno.
Apesar da vitória, recuperando-se no decorrer de 2018, Paulo Câmara tem inúmeros desafios pela frente. O primeiro deles é realizar um segundo governo mais a sua cara do que foi o primeiro, mas não é o único. O governador precisa manter os resultados obtidos na educação, e principalmente na segurança pública, estes conquistados somente no decorrer de 2018, o que foi fundamental para garantir a sua reeleição.
Assim como no primeiro governo, quando apoiou Aécio Neves e acabou ficando na oposição, em 2018 o atual governador fez novamente uma opção que lhe deixou no campo de oposição, desta vez a Jair Bolsonaro. Se por um lado era melhor uma relação com Fernando Haddad, por outro o governador poderá dar o benefício da dúvida ao futuro presidente que já sinalizou ter um olhar especial para o Nordeste.
Nos próximos quatro anos, Paulo Câmara ganhou nova demonstração de confiança do eleitor pernambucano, e terá a responsabilidade de fazer um governo de mais resultados do que o primeiro, e se ao final dele lograr êxito, o governador definitivamente ganhará luz própria e será visto com olhar bastante diferenciado sobre o estado que será entregue em 2022, quando haverá nova eleição para governador. (Edmar Lyra)