Por Magno Martins – Marília atirou no que viu e acertou no que não viu. O trocadilho se aplica perfeitamente ao movimento da deputada em deixar o PT para buscar um projeto majoritário, seja o Governo do Estado, hoje, ou o Senado, amanhã, pelo Solidariedade (SD). Confundiu a todos no jogo do xadrez da sucessão e imobilizou, numa só jogada, três palanques de uma só vez: os de Danilo Cabral (PSB), Miguel Coelho (União Brasil) e Raquel Lyra (PSDB).
No dia seguinte, foi recebida por Lula, em São Paulo, a convite dele, com direito a foto, e declaração, sem subterfúgios, de que é candidata para defender o palanque Lula em Pernambuco. Sinal claro de que fizeram, ambos, combinado, um contraponto à soberba e arrogância do PSB como aliado.
Lula aguentou até agora a birra de Márcio França contra seu palanque em São Paulo, as provocações da deputada Tabata Amaral (noiva do prefeito, o infante João Campos) em diversas entrevistas públicas, e as ameaças do presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira. A última dela: “Lula tem muito juízo para não contrariar o PSB em Pernambuco”.
O PSB votou pelo Impeachment de Dilma, 2017, com o voto decisivo de Danilo Cabral, candidato a governador apoiado pelo PT, que satanizou. Na eleição passada, no Recife, João Campos detonou o PT estadual sob a marca da corrupção. A empáfia tomou conta desse novo PSB, notadamente.
Nem os ex-governadores Miguel Arraes e Eduardo Campos, que tinham comando e voto de fato e de direito, chegaram a ousar tanto contra o Partido dos Trabalhadores e o seu legado. E não para por aí esse diagnóstico de supremacia do PSB custe o que custar.
Observe que todos os candidatos majoritários que hoje estão na oposição ao PSB em Pernambuco foram expulsos do palanque da Frente Popular: Anderson Ferreira, Miguel Coelho, Raquel Lyra e agora Marília Arraes. Isso não pode ser apenas mera coincidência. Evidencia erros sucessivos de articulações políticas, maturidade, equilíbrio, sensatez e humildade na construção de alianças. Um dia a corda arrebenta!
Tudo sugere, pelo menos até o momento, pelas reações dos socialistas, que tende a arrebentar sacolejada pela arrogância e a prepotência.