Opinião: Sem risco de ruptura

Por Magno Martins – O presidente Jair Bolsonaro (PL) reconheceu, ontem, finalmente, depois de 44 horas de suspense, a derrota para o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Foi uma fala vapt-vupt. “Enquanto presidente da República, continuarei cumprindo todos os mandamentos da nossa Constituição”, declarou. Esse trecho trouxe tranquilidade ao País.
Diante do sumiço do presidente, desde a noite do último domingo, havia especulações de toda natureza, inclusive de que estava em curso um movimento de ruptura institucional. “Sempre fui rotulado de antidemocrático e, ao contrário dos meus acusadores, sempre joguei dentro das quatro linhas da Constituição”, disse.
Para acrescentar: “Nunca falei em controlar ou censurar a mídia e as redes sociais. Enquanto presidente da República, este cidadão, continuarei cumprindo todos os mandamentos da nossa Constituição”. Bolsonaro se isolou no Palácio da Alvorada na noite de domingo, inclusive declinou a visita de aliados. As luzes da residência oficial foram apagadas às 22h04 do mesmo dia.
Na manhã de segunda-feira, o presidente recebeu a visita do vice da sua chapa, general Walter Braga Netto (PL), e de seu filho mais velho, senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que foi um dos coordenadores de sua campanha pela reeleição.
Depois, foi ao Palácio do Planalto, sede do governo, onde se reuniu com o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira. Também na segunda-feira, Flávio Bolsonaro reconheceu a derrota do pai em suas páginas nas redes sociais e agradeceu o apoio de eleitores de Bolsonaro. “Vamos erguer a cabeça e não vamos desistir do nosso Brasil”, disse no Twitter.
Como no domingo, o presidente apagou as luzes no Alvorada de noite, mas fez isso mais cedo na segunda-feira, por volta de 19h. Ainda no domingo, antes do anúncio do resultado, Bolsonaro recebeu a ligação de Alexandre de Moraes, o presidente do TSE. O ministro o informou que a Justiça Eleitoral estava apta a anunciar o eleito no pleito e que proclamaria o resultado.
Moraes cumprimentou tanto Bolsonaro quanto Lula pela participação na eleição. Moraes afirmou, em entrevista a jornalistas, que o chefe do Executivo o atendeu com “extrema educação”. Disse não haver “nenhum risco real” de contestação do resultado das eleições de 2022. “Se houver contestações dentro da regra, elas serão analisadas normalmente”.