Por Blog Magno Martins – Precisa e oportuna, a pesquisa do Instituto Conectar (RN), com exclusividade para este blog, foi ótima para Marília Arraes (SD), boa para Miguel Coelho (UB), razoável para Anderson Ferreira (PL), péssima para Raquel Lyra (PSDB) e Danilo Cabral (PSB). A tucana perdeu a liderança, Marília aparece com o dobro das intenções de voto em relação a ela, e quando passa a liderar, no cenário sem Marilia, Miguel Coelho encosta nela.
Foi o primeiro levantamento depois que Marília deixou o PT e entrou na guerra como candidata pelo Solidariedade. Além de liderar com folga todos os cenários para o Governo do Estado, a ex-petista também é a preferida, de longe, para o Senado. Há muitas explicações para esse poder de fogo de Marília.
Primeiro, o recall (lembrança do eleitorado) por ter disputado a eleição de 2020 para prefeita do Recife, segundo por ser mulher (e guerreira), terceiro pelo sobrenome Arraes e quarto por encarnar um sentimento de volta do eleitorado à perseguição que sofre do PT.
Com Marília no páreo, Raquel não apenas murcha eleitoralmente como também perde o monópolio de candidata mulher, o que a favorecia bastante por ser até então a única candidata do sexo feminino na disputa pelo Palácio do Campo das Princesas. Se guerrear com Marília, Raquel só tende a levar desvantagem, a começar pela largada eleitoral: a ex-petista parte da Região Metropolitana, que tem quase metade do eleitorado do Estado, enquanto a tucana tem concentrada a sua votação no Agreste, que corresponde a 17% do eleitorado.
Quanto a ser boa para Miguel, que renunciou ontem o cargo de prefeito de Petrolina num grande e emocionante ato público, se deve ao fato de, no primeiro cenário, no qual estão incluídos todos os candidatos, já aparecer empatado, tecnicamente, com Raquel – 14% a 11% (a margem de erro é de 3.1 pontos percentuais para mais ou para menos). Quando Marília sai de cena e entra Raquel, Miguel também se aproxima da tucana, que desponta na liderança com 21%, mas o pré-candidato do União Brasil desponta com 15%, seis pontos apenas de diferença.
Foi razoável para Anderson porque seus percentuais variam de 8% a 11% num Estado em que Bolsonaro, com quem está aliado no plano nacional e abrirá palanque em Pernambuco, tem quase 80% de rejeição. O ainda prefeito de Jaboatão (vai renunciar hoje para ser candidato a governador), teoricamente, está sustentado no seu próprio eleitorado, independente do bolsonarismo. Se Bolsonaro crescer e melhorar seus indicadores nas pesquisas, Anderson pode chegar ao segundo turno num cenário de polarização presidencial com Lula.
A pesquisa, enfim, foi danosa para o pré-candidato do PSB, Danilo Cabral, porque não reage em nenhum cenário, já com mais de 30 dias de ter seu nome anunciado com pompa pela Frente Popular. O Coronel Danulo, apelido dado pelo ex-deputado Guilherme Uchoa, que o considerava uma nulidade política, detém também a maior taxa de rejeição e seu principal cabo eleitoral, o governador Paulo Câmara, a quem faz juras de amor de continuidade da gestão, tem 64% de rejeição.