Pedro do Coutto
Reportagem de Sílvia Amorim e Maria Lima, no Globo, e de Daniela Lima, na Folha de São Paulo, edições de quarta-feira, assumiram grande importância no atual momento político, porque, como está no título, revelaram o afastamento do PSDB do roteiro do impeachment como forma de saída para atual crise institucional brasileira. Destacaram o ponto de vista do senador Aloísio Nunes Ferreira, de São Paulo, revelado (e aceito) durante encontro que reuniu o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Aécio Neves, José Serra e Geraldo Alckmin. As principais figuras do partido, portanto.
Tem lógica o posicionamento, principalmente depois que o vice Michel Temer concretizou sua saída da articulação política do governo. Fosse outra a colocação do PSDB, pareceria à opinião pública que o impedimento de Dilma Rousseff, pelo menos no estágio atual, teria como motivação colocar o mesmo Temer na chefia do Executivo, substituindo a titular. Com isso, a iniciativa perderia a força natural de que necessita para um impacto de tal dimensão na vida nacional.
Paralelamente a esse aspecto, surgiria o obstáculo, difícil de transpor, de reunir dois terços dos votos no Legislativo para aprovar a proposição de caráter extremo, como aconteceu com Café Filho e Carlos Luz, em 1955, e com Fernando Collor de Melo em 1992. Se com o PSDB já era dificílimo alcançar aquela maioria, sem o PSDB tal hipótese torna-se impossível. O que, aliás, no fundo da questão, significa uma posição de coerência.
De coerência, como assinala a repórter Daniela Lima, na mesma edição de O Globo quando comentou o andamento do recurso desarquivado no TSE voltado para a difícil anulação das eleições presidenciais de 2014. Esta terceira matéria que cito é igualmente de extraordinária importância, analisando-se bem os fatos.
Continua…