É bem sabido que, nos primeiros meses de uma nova gestão, o Executivo, se houver auferido maioria nas eleições proporcionais, tem quase poderes absolutos. A necessidade de apoio no governo, faz com que até deputado eleitos pela oposição tendam a ser mais maleáveis. No caso de Perrnambuco, Armando ficará sem mandato a partir de 2019 e não terá mais Brasília para ancorar alguma força entre os deputados. Sem um líder maior, fragorosamente derrotado pela segunda vez e agora sem mandato, a antiga oposição do estado deve deixar de existir provisoriamente e só deverá retornar com a proximidade das eleições municipais de 2020.
Não obstante, o governador Paulo Câmara terá muito mais força para aprovar projetos e emendas de seu gosto, a exemplo da substituição da Delegacia de Crimes contra a Administração e Serviços Públicos (DECASP) pelo Departamento de Repressão ao Crime Organizado (DRACO). O único membro de alta plumagem da oposição que ainda tem condições de unir os cacos da oposição é o senador Fernando Bezerra Coelho, que terá mais 4 anos no cargo, mas somente deve se mover no segundo semestre do ano que vem. O senador eleito Humberto Costaseguirá como oposição em Brasília e dificilmente se lançaria na oposição de Pernambuco porque isto significaria perder espaço no Palácio do Campo das Princesas e beber água durante 4 anos. (Marcelo Velez)