Opinião: A sabatina de Marília

Por Magno Martins – Na sabatina de ontem no Frente a Frente, transmitida pela Rede Nordeste de Rádio, a candidata do Solidariedade ao Governo do Estado, Marília Arraes, deu os pilares do seu programa de governo. Sobre a segurança pública, disse que a sua disposição é combater o crime organizado, que só faz crescer em Pernambuco.
“Também vamos criar 400 núcleos de polícia de vizinhança para aproximar a polícia das comunidades. Vamos implantar 13 centrais de segurança em Pernambuco e utilizar as estruturas do Estado e dos municípios para colaborar com a inteligência e segurança”, afirmou. Na área da saúde, afirmou que irá utilizar a tecnologia para criar prontuários eletrônicos.
“Vamos levar internet e tecnologia a todas as unidades de saúde pública. Com isso, o médico vai ter acesso de forma online ao prontuário do paciente. Também vamos investir na telemedicina, que foi algo muito eficaz durante a pandemia. O médico da saúde da família consegue resolver até 80% das demandas que levam a pessoa ao médico dessa forma. A telemedicina será utilizada do médico para paciente, mas também de médico para médico, para otimizar o tempo”, ressaltou.
Em um dos principais pilares do programa de governo de Marília Arraes, a habitação, ela reiterou a proposta de investir, anualmente, pelo menos 1% da receita corrente líquida do Estado – cerca de R$ 350 milhões – para combater o déficit habitacional. Em Pernambuco, esse número está em 330 mil moradias, sendo 71 mil só no Recife. Já no setor cultural, Marília se comprometeu em criar o programa do primeiro acesso, para facilitar o acesso dos artistas ao Funcultura.
“O Estado precisa dar essa mão para que o artista esteja em dia, e que esse setor que nós vamos criar cuide da burocracia. Além disso, vamos tornar a cultura algo permanente. Cultura não pode ser pensada apenas em ciclos, deve ser pensada de maneira anual”, explicou. A candidata falou ainda sobre suas propostas para a população LGBTQIA+. “A gente vai acolher as pessoas que precisam de acesso à saúde e à empregabilidade e fazer com que elas sejam respeitadas”, afirmou.
Pernambuco na veia – O plano de governo de Marília é um documento que tem 12 páginas e foi intitulado “Movimento Pernambuco na Veia”. O texto é iniciado com um resumo, lembrando episódios da história do estado, como a “Revolução Pernambucana de 1817”. O material cita, ainda, a resistência de Miguel Arraes, avô de Marília, na ditadura militar (1964-1985), rejeitando renunciar ao mandato como governador. Também tem críticas ao governo de Paulo Câmara (PSB).
Falta tudo – O documento cita problemas como o aumento do desemprego e do número de pernambucanos abaixo da linha da pobreza, a alta taxa de homicídios, o índice de analfabetismo de 12% entre a população com mais de 15 anos, “praticamente o dobro da média nacional” e outras situações, como hospitais com problema de infraestrutura, rodovias ruins e déficit habitacional. No plano de governo, a candidatura também afirma que Pernambuco é um dos Estados que “menos realiza investimentos” e que “falta tudo”.
Foco no Interior – Cita, ainda, a dificuldade de quem mora no interior para ter atendimento médico e que grande parte dos serviços públicos de saúde fica no Grande Recife. São apontados sete eixos de trabalho a serem postos em prática, caso Marília Arraes seja eleita. Eis alguns: Implementar o novo Chapéu de Palha; atualizar o Movimento de Cultura Popular e levar para escolas; melhorar a gestão da água com Programa Água para Todos; recuperar a rede de hospitais públicos com o Programa Restaurar; combater a violência e a criminalidade; dar atenção e incentivo ao turismo; garantir igualdade de gênero, raça e diversidade de crença.
Chapéu de palha – Sobre o novo Chapéu de Palha, ela destacou: “A partir de janeiro de 2023, Pernambuco vai ver nascer o Novo Chapéu de Palha: um programa amplo, moderno, humano e tecnológico, para cuidar de nossa gente, na cidade e no campo. É com ele que vamos gerar renda e emprego, combater a pobreza, garantir crédito, capacitação e assistência. Vamos incentivar e apoiar a economia criativa, os empreendedores, as micros e pequenas empresas