Opinião: A dança das cadeiras e o jogo de interesses

Carlos Britto/Folha de Pernambuco – A governadora Raquel Lyra (PSDB) tem recebido uma saraivada de críticas sobre a falta de trato de sua coordenação política e de sua comunicação. A comunicação tem sempre errado o alvo, e a direção e a política batem cabeça pela falta de articulação. Quase ninguém entendeu a mexida de pedras em Caruaru, no Agreste Central, quando a governadora puxou Tonynho Rodrigues, filho do ex-prefeito Tony Gel, do MDB, para mais uma candidatura a prefeito em sua cidade natal, mesmo apoiando o atual prefeito Rodrigo Pinheiro, do seu partido, e depois de ter flertado com os Queiroz.

Acontece que o prefeito não aceitou ter Tonynho como seu vice por acreditar que puxaria sua chapa para baixo em um momento que gostaria de mostrar um ambiente de renovação na política caruaruense. A governadora temeu que o grupo de Zé Queiroz puxasse Tonynho, promovesse o sentimento de indignação e, por isso, patrocinou a candidatura da outra via para embolar o jogo.

O problema é que, quem não é do ramo, não entendeu o jogo e recebeu a informação como uma bola nas costas do prefeito. Na verdade, ninguém sabe qual será o impacto disso no jogo e no resultado eleitoral. Mas é cedo para conclusões precipitadas, como é tarde para ações não planejadas e estabanadas. É esperar para ver o que escreverá a história.