Em João Alfredo, os pacientes são tratados na Unidade Mista de Saúde Joana Amélia Cavalcante, onde foi aberto um anexo exclusivo para a Covid.
Na cidade, no mês de maio, o número de casos confirmados de Covid subiu de 11, na primeira semana, para 28, na segunda, e 58, na terceira.
“Tínhamos três equipes de saúde e tivemos que contratar mais um médico, porque três não estavam dando conta. Um médico atuava na unidade mista e na ala de Covid e, hoje, trata somente os pacientes com coronavírus. Tivemos, entre abril e maio, um aumento de 65% no número de casos confirmados de Covid-19”, explicou Joana.
O governo pediu ajuda ao Ministério da Saúde para investigar a circulação de uma nova variante na região, já que aumentou em 50% a busca por leitos de UTI, em 15 dias.
“Desde 6 de maio, temos um decreto em vigor com medidas restritivas, como o fechamento de feiras de comércio e de gado. Mas, de todo jeito, o município fica muito sobrecarregado. Foi um aumento em toda a região. Houve um aumento na demanda espontânea de pacientes sintomáticos das cidades vizinhas, como Salgadinho e Bom Jardim”, afirmou a secretária de saúde.
A prefeitura informou que, diante do problema, solicitou à SES apoio, incluindo a transferência dos pacientes. Na quinta-feira, o governo anunciou que começou a enviar 149 concentradores de oxigênio às cidades, sendo 118 para 34 cidades do Agreste. João Alfredo deve receber dois deles, nesta sexta-feira (28).
Os concentradores de oxigênio filtram o ar do ambiente e fornecem ao paciente o oxigênio a cerca de 95% de pureza, a cinco litros por minuto.
Com isso, o equipamento pode substituir os cilindros de oxigênio, que precisam ser preenchidos constantemente por uma empresa que forneça gases medicinais. No entanto, não solucionam o problema para pacientes graves.
“Isso nos ajuda muito, porque vamos poder poupar os cilindros de oxigênio para os pacientes em situação mais grave. Isso porque os concentradores fornecem um volume que não é suficiente para um paciente grave, mas podem ser utilizado nos que estão em situação melhor”, declarou.
Resposta
Por meio de nota, a Secretaria Estadual de Saúde informou que 149 concentradores de oxigênio foram disponibilizados e estão sendo entregues para 44 cidades. O estado disse também que “os serviços sob gestão estadual estão sendo abastecidos normalmente com gases medicinais”.
A SES também disse que “não há risco de desabastecimento sistêmico de oxigênio em Pernambuco, que, inclusive, possui plantas industriais que são responsáveis pelo abastecimento do gás medicinal para outros estados do Nordeste”.
“É preciso informar ainda que, desde o início da semana, o governo de Pernambuco enviou ofício ao Ministério da Saúde solicitando apoio no enfrentamento da pandemia, com o encaminhamento de 500 concentradores e mil cilindros de oxigênio, além de testes de antígeno e reforço na investigação genômica no estado. Contudo, até o momento, não há retorno da solicitação por parte do governo federal”, afirmou.