Por Juliana Nascimento e Katherine Coutinho, TV Globo e g1 PE – Uma rampa de skate serve de abrigo e casa improvisada para Renato dos Santos, de 33 anos, e Damiana Dias, de 39 anos. É nesse local, na região central do Recife, que eles dormem com seus 17 cães, a quem amam como “filhos”. “Muita gente fica no pé para a gente vender. Eu fico: não vendo, não troco, não empresto nem alugo. É minha família”, disse Damiana.
Os dois foram morar na rua há cerca de um ano, depois que Renato, que vivia de bicos, se viu sem dinheiro. Damiana explicou que tinha ficado sem teto quando criança e se viu na mesma situação na idade adulta. “Muita gente critica morador de rua, mas não sabe a realidade que a gente passa”, declarou.
O casal faz o possível para alimentar a todos e improvisam um “fogão” com tijolos e lenha para fazer a refeição para os “filhos”. “Comem melhor do que a gente, graças a Deus. Eles comem arroz com fígado de galinha, ração e macarrão”, contou Damiana.
Bolinha, a primeira da trupe, foi encontrada logo que o casal ficou sem casa. Segundo eles, a cadela ia ser jogada no lixo, no bairro do Ibura, na Zona Sul da capital.
“Eu senti alegria, fiquei emocionado, porque foi Deus colocou ela na minha vida. Foi um presente. […] Todos eles são meus filhos, minha família. Não abro mão de nenhum”, afirmou Renato.