A política é feita de gestos e sinais que precisam ser interpretados para traçar cenários vindouros. E não é de hoje que o MDB emite sinais de que pode não continuar mais na Frente Popular. O primeiro deles foi a pacificação do partido entre os grupos do senador Jarbas Vasconcelos e do senador Fernando Bezerra Coelho que não foi bem recebida nas coxias socialistas.
Fernando é atualmente o principal antagonista do PSB em Pernambuco, pois na condição de opositor a Paulo Câmara e de líder do governo Bolsonaro no Senado, é dele o contraponto à hegemonia do PSB no estado. Por isso alguns socialistas entenderam como uma afronta ao governo a postura de Jarbas Vasconcelos e Raul Henry.
Na próxima semana, mais precisamente na segunda-feira, ocorrerá mais um passo do distanciamento do MDB da Frente Popular, que é a filiação do prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, ao partido, fortalecendo a ala emedebista que é opositora do PSB. O evento, além da filiação de Miguel, servirá para reforçar a tese de candidatura própria no Recife, uma vez que o MDB nacional estará em peso no evento e tem defendido abertamente candidaturas próprias em capitais.
Para um observador da cena política, o distanciamento do MDB da Frente Popular é um fato que anda a passos largos de acontecer, e se ele fosse apostar numa escala de zero e dez para a definição, ele daria 9 para até o carnaval esse distanciamento ganhar ares de fato consumado. (Edmar Lyra)