Cada eleição tem sua história e suas peculiaridades. Esta, em curso, já garantiu seu lugar como a mais diferente de todos os tempos. O primeiro turno foi totalmente inédito. Um bom candidato que não conseguiu se firmar nem com o apoio de Lula, por carregar a bandeira de um governo desgastado.
Quatro opositores competitivos, com um discurso parecido de críticas à gestão de Paulo Câmara, três com experiências exitosas de gestões nas principais cidades do Estado e alinhamentos nacionais diversificados. Uma reta final com fatos inesperados e resultado surpreendente.
Agora, no segundo turno, o ineditismo se confirma e se aprofunda. Um só detalhe é suficiente para garantir que a eleição será histórica. Pela primeira vez uma mulher será eleita para governar o Estado.
A semelhança para no sexo e na geração. Embora as raízes de ambas sejam bem semelhantes, Marília Arraes e Raquel Lyra estão definidas em campos políticos opostos, embora nem sempre claramente definidos, tanto no campo local como no nacional. Os dois discursos têm diferenças políticas claras e contradições também claras.
No plano local: Raquel é oposição e Marília virou situação. No campo nacional, Lula (que desprezou a aliada no primeiro turno) virou Marilia e Marília continua Lula.
Raquel, que apoiou ninguém sabe quem no primeiro turno, e se deu bem, agora apoia ninguém. E ninguém apoia Raquel. Vai dar certo? É mais tempero no banquete. Para quem aprecia as nuanças da política, um prato cheio para degustar até o fim do mês.
A guerra de discursos não acontece somente a nível nacional, nas candidaturas à presidência da República. Também em Pernambuco as duas candidatas ao governo do Estado. Raquel Lyra (PSDB) e Marília Arraes (SDD), rivalizam na apresentação de suas propostas e na forma como se apresentam. Vejamos.
A candidata ao governo de Pernambuco pelo PSDB, Raquel Lyra, afirmou que o seu projeto de governo “une Pernambuco e coloca o estado no centro do debate em um palanque amplo e plural” e, embora filha do ex-governador João Lyra e seja de uma família tradicionalmente política, deu uma provocada indireta na sua adversária, Marília Arraes
“Nosso principal desafio é unir Pernambuco, não enxergar o que nos separa e, sim, o que nos une. Não me escorei em padrinho político, mas me preparei para cada cargo que ocupei. E aqui, nesse chão, tive a oportunidade de mudar a vida das pessoas a partir do nosso trabalho, quando prefeita de Caruaru. Nosso estado não tem dono”, afirmou.
A candidata ao governo de Pernambuco Marília Arraes (SD), disse que o seu palanque é o palanque da Democracia em Pernambuco. “Continuamos recebendo dezenas de apoios políticos todos os dias. A coragem das forças progressistas em se posicionar demonstra que o caminho construído por nós é o melhor para Pernambuco”, disse.
Marília também destacou que o seu é “o palanque de Lula em Pernambuco” e dos que apoiam o governo do petista, numa forma implícita de queimar a adversária, que se absteve de declarar apoio a um candidato específico à presidência da república.
