Carol Brito/Folha de Pernambuco
Na passagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Pernambuco, a deputada federal Marília Arraes (PT) foi a mesa com o líder do partido. A conversa foi descrita por aliados como franca e positiva. Na ocasião, a deputada teria se mostrado disposta a apoiar o projeto presidencial do PT e não criar embaraços para a construção nacional da sigla no Estado. Ou seja, ela não vai ser um obstáculo para uma eventual aliança com o PSB. Visando voltar ao comando do Palácio do Planalto, Lula tenta formar uma frente ampla que abarque o maior número possível de partidos de esquerda e de centro. E isso inclui a sigla socialista.
Contudo, a petista vem assegurando nos bastidores que não vai causar tumulto ou constrangimentos caso petistas e socialistas estejam juntos no mesmo palanque em 2022. A postura vem sendo elogiada por lideranças da sigla como sinal de maturidade e compromisso de Marília com o partido. O gesto tem feito com que, dentro da sigla, uma ala passasse a defender o nome da deputada para compor a chapa majoritária na vaga para o Senado.
No entanto, até mesmo os maiores entusiastas desta tese admitem que a costura não é fácil, caso seja firmada uma aliança com a Frente Popular. Bastante combativa na oposição, os vínculos cortados entre Marília e o PSB foram profundos e a construção de uma ponte demandaria esforço de ambas as partes. Ainda assim, há quem veja um ambiente menos tensionado e sem ruídos para 2022, ao contrário do que ocorreu em 2018, quando a petista criticou abertamente o processo que retirou sua candidatura para o Governo do Estado.