As últimas participações do PCdoB nas administrações do PSB em Pernambuco deram-se em pastas de Ciência e Tecnologia e Meio Ambiente, que eram conjugadas. A presidente nacional da sigla, Luciana Santos, chegou a ser secretária da área, assim como Marcelino Granja. Já no governo Paulo Câmara, a sigla migrou para Cultura. Passado o pleito deste ano, não se descarta, no Palácio das Princesas, que os comunistas tenham sua cota ampliada. Há governistas cogitando a ida do PCdoB para a Secretaria de Agricultura. Indagada sobre o assunto, Luciana considera “natural” que o espaço da legenda cresça. Ainda nas arrumações eleitorais, quando Paulo Câmara esgotara suas tentativas de entregar o PSB ao PT para formalizar uma aliança nacional, o PCdoB, ao tirar o PT do isolamento na corrida presidencial, foi determinante para que, em Pernambuco, uma aliança entre PSB e PT se consolidasse.
Questionada sobre as perspectivas no governo Paulo Câmara, Luciana assinala: “Penso, sim, que é natural que haja maior participação política, não só por conta da colaboração nessa construção do resgate da Frente Popular de Pernambuco que, sem dúvidas, a gente teve um peso importante nesse esforço de articular, por cima, por baixo, de fazer percorrer, de maneira consistente e decidida, o resgate da Frente Popular de Pernambuco”. Ela define o processo como “um esforço de muitas mãos” e registra que procurou ajudar muito pelas relações que, historicamente, a gente sempre teve com o Partido dos Trabalhadores. Ao mesmo tempo, realça a importância da interlocução do próprio Paulo Câmara, enquanto vice-presidente nacional do PSB, com o dirigente nacional da sigla, Carlos Siqueira, que proporcionou a retirada da candidatura de Márcio Lacerda, do PSB, ao Governo de Minas Gerais. Luciana tem relação direta com a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann. “A gente o tempo todo teve muito esforço para que isso se concretizasse e deu certo, mas penso que não é só por isso”, pontua. Luciana se refere ainda aos resultados do PCdoB nas corridas pela Câmara Federal e Alepe, que também devem pesar para que o partido tenha uma representatividade maior no governo a partir de 2019. (Renata Bezerra de Melo)