Funcionário Público da Câmara Municipal de Juazeiro do Norte, José Lidemar Figueiredo Callou foi surpreendido quando sua esposa o telefonou informando que policiais estavam em sua casa para prendê-lo em flagrante sob acusação de estar em posse de um notebook que havia sido fruto de uma carga roubada no estado do Espírito Santo.
Contudo, Dener como é comumente conhecido, informou ao Site Miséria que comprou legalmente o produto na Lojas Americanas da Rua do Cruzeiro, Centro de Juazeiro do Norte. A compra se deu por meio de cartão de crédito em seis parcelas de R$ 149,83 totalizando R$ 899,00.
“Eu comprei o notebook Asus no dia 23 de novembro (de 2013) na Lojas Americanas, já estava usando ele há dois meses em casa, eu e meu filho. Aí no dia 23 de janeiro eu recebi uma ligação de minha esposa aflita, chorando muito ao telefone, dizendo que a casa tinha sido invadida por policiais (…) Sai às pressas, quando cheguei lá estavam policiais da reservada, policiais civis e militares e um pessoal que veio de São Paulo que é da empresa de rastreamento, perguntando se eu vi aquela peça”.
Lidemar contou que os policiais fizeram a busca pela caixa do computador portátil, encontrando-a sobre o guarda-roupa. Um deles retirou um rastreador que é embutido em um ou mais produtos de cargas eletrônicas para fazer com que a carga ou parte dela seja encontrada em caso de roubo ou extravio.
Durante a ação, os policiais perguntaram se ele sabia do que se tratava aquele aparelho, ao passo que ele explicou a situação e apresentou a nota fiscal da compra. Dada a veracidade do documento, Lidemar, que passou de acusado à vítima, foi encaminhado a uma delegacia para prestar esclarecimentos e em seguida foi liberado.
O notebook ficou apreendido enquanto o sogro da vítima que foi o primeiro a ser abordado durante a ação dos policiais, entrou com ação na justiça pedindo o estorno da venda e o ressarcimento das parcelas pagas. Lidemar afirmou que também moverá ação por danos morais pelo constrangimento porque passou. De acordo com ele, o fato virou motivo de chacotas dos seus próprios vizinhos.
“Eu vou entrar com ação, estou com um advogado porque ainda hoje estou sofrendo com isso, porque a gente serve de chacota no trecho ali. Se eu não tivesse apresentado a nota tinha sido preso, tinha saído de lá algemado. ‘Olha o cara da carga roubada’, brincadeiras de mau gosto que a pessoa sente e por isso vou entrar com ação na justiça”, disse.
O Delegado Osmar Berto, que ouviu Lidemar, repassou informações de como andam as investigação e o inquérito para apurar a compra do notebook:
“O inquérito policial foi instaurado, todas as providências estão sendo tomadas para se desvencilhar esse engodo, para se saber de fato o que foi que ocorreu. O que já existe no bojo desse procedimento policial é que essa pessoa comprou esse notebook nas Lojas Americanas com nota fiscal, essa documentação já foi trazida para o inquérito policial e já está se averiguando a certeza dessa documentação ser verdadeira, a loja já foi oficiada para que mande um representante para a delegacia para ele dizer de quem a Lojas Americanas adquiriu essa carga”, afirmou Berto. (sitemiseria)