Comentário de Marisa Gibson, hoje, na sua coluna DIARIO POLÍTICO
Os bastidores do hub – Logo que a polêmica da fala do ministro Joaquim Levy sobre o hub no Aeroporto de Fortaleza ganhou as redes sociais, na quarta-feira à noite, o governador Paulo Câmara ligou para a presidente Dilma Rousseff. Dela, o pernambucano recebeu a sinalização de que o governo federal não se envolveria na decisão da TAM de onde instalar o novo hub (centro de voos): Recife, Fortaleza (CE) ou Natal (RN). Dilma designou o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, para acompanhar o caso. Wagner, que como ministro da Defesa vinha tratando da cessão da Base Aérea do Recife para a aviação comercial do aeroporto, reafirmou a Paulo o compromisso de não envolvimento a favor do Ceará, governado pelo petista Camilo Santana.
Ainda assim, tem gente no governo do Estado com barbas de molho, sobretudo pelo comportamento do ministro de Desenvolvimento Econômico, Armando Monteiro Neto (PTB). Mesmo sendo pernambucano, o ministro vem mantendo um distanciamento da questão e entre os socialistas há uma convicção de que “se Armando não trabalha contra o hub, se esforça muito pouco para garantir o investimento da Latam”.
Argumenta-se que, mesmo com Jarbas governador, os então ministros Eduardo Campos e Humberto Costa disputavam para ver quem anunciava mais investimentos para o estado durante o governo Lula. “Armando age diferente”, avalia um socialista.
Bem, pelo sim pelo não, o Estado continuará a se esforçar para garantir o hub e o governador Paulo Câmara confia que a escolha será técnica. Mas está evidente que o ônus de uma escolha política pelo Ceará será debitado da conta da presidente Dilma e dos seus aliados, especialmente o ministro Armando.
Ontem, em Brasília, na apresentação do relatório de infraestrutura aeroportuária dos estados que concorrem ao investimento, foi dito que, no momento, todos têm deficiências. E, no caso de Pernambuco, a concessão do terreno da Base Aérea para a construção de um novo terminal é crucial.