Alvo de Jair Bolsonaro neste domingo, o general Rocha Paiva tem uma ligação forte com um dos símbolos da linha dura do Exército durante a ditadura. Foi amicíssimo de Carlos Brilhante Ustra, apontado como um torturador e que comandou o temido Doi-Codi de São Paulo nos anos de chumbo.
No depoimento de Ustra à Comissão da Verdade, em maio de 2013, ele e outro general bateram boca com um antigo militante de esquerda que depôs como vítima de tortura do coronel do Doi.
Paiva é próximo até hoje da família Ustra. Durante a missa em homenagem ao 31 de março este ano, numa igreja frequentada por militares, ele ficou o tempo inteiro ao lado de Joseita Ustra, viúva do militar.
Dias antes, ao tomar posse na Comissão de Anistia, ele disse ao Radar que considera Ustra um “herói”.
Bolsonaro também considera Ustra um herói e o citou no seu voto no impeachment de Dilma.
O presidente chamou Paiva de “melancia” – verde por fora e vermelho por dentro – por ele ter criticado a declaração de Bolsonaro se referindo aos nordestinos como “paraíbas”. Disse que ele se alia do PCdoB – do governador Flávio Dino, do Maranhão – para o chamar de “antipatriótico” nesse caso.