Fernando poderá encampar o contraponto ao PSB em Pernambuco …

O grupo Pernambuco Vai Mudar composto pelos então senadores Fernando Bezerra Coelho e Armando Monteiro e os ex-ministros Fernando Filho, Bruno Araújo e Mendonça Filho sofreu uma acachapante derrota em 2018. Apesar de a vantagem de Paulo Câmara não ter sido muito elástica, a Frente Popular elegeu os dois senadores e uma bancada significativa de estaduais e federais, fazendo da oposição no estado uma minoria.

Se no âmbito local o PSB fez barba, cabelo e bigode, no plano nacional a vitória de Jair Bolsonaro foi fundamental para que não houvesse um absolutismo do partido em Pernambuco. Se Fernando Haddad também tivesse vencido, é latente que a Frente Popular iria ter um protagonismo ainda maior do que o obtido em 2018.

Do tsunami que varreu os principais líderes da oposição a Paulo Câmara, Fernando Bezerra Coelho foi um dos poucos sobreviventes, pois tem ainda mais quatro anos no Senado e ainda elegeu dois filhos, um federal e outro estadual. Porém a vitória proporcional, o mandato de senador e a prefeitura de Petrolina não eram suficientes para que Fernando fizesse o contraponto ao PSB, e surgiu para o senador a possibilidade de liderar o governo Jair Bolsonaro no Senado.

Caso se confirme esta hipótese, todas as demandas de Pernambuco junto ao governo federal terão que passar pelo crivo do senador, que terá quatro anos para afinar a relação com o presidente Jair Bolsonaro e liderar o grupo que hoje é de oposição a Paulo Câmara em Pernambuco. A eventual força do senador no estado, que não é novidade, uma vez que ele tinha igual prestígio junto ao governo Michel Temer, com o diferencial que Bolsonaro tem a legitimidade eleitoral, trará desdobramentos para 2022 onde Fernando ficaria com a incumbência de representar o presidente em Pernambuco nas eleições.

Fernando não seria o primeiro a surfar na onda do governo federal, Jarbas Vasconcelos em 1998 foi beneficiado pelo governo Fernando Henrique Cardoso, enquanto Eduardo Campos acabou fortalecido pelo governo Lula em 2006, coincidentemente nos dois casos anteriores, os governadores foram eleitos impulsionados por governos federais que tentavam a reeleição, o que poderia ser o caso de FBC em 2022. (Edmar Lyra)