Exames anuais evitam diagnóstico tardio de câncer de próstata

Marina Costa/Estúdio DP
O câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens no Brasil e no mundo. A doença é causada por um tumor que afeta a glândula que envolve a uretra e fica localizado abaixo da bexiga. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), a neoplasia corresponde a 29,2% dos tumores malignos em homens e a estimativa é que 65.840 novos casos sejam identificados até 2022. Porém, o diagnóstico tardio da doença, causado pela falta da realização de exames de próstata, pode agravar o tumor.
“A maior dificuldade que nós temos é por causa da questão cultural. O medo de descobrir alguma doença e o tabu em relação ao exame de toque”, explicou o urologista do Hospital Jayme da Fonte, Renato Leal. Porém, o especialista acredita que estamos caminhando para uma mudança positiva nos últimos anos com o aumento da presença dos homens nos consultórios devido a campanhas como Novembro Azul. 
De acordo com Renato, o câncer de próstata não é uma doença que tem um desenvolvimento rápido. Muitos pacientes não apresentam nenhum sintoma ou são semelhantes ao crescimento benigno da próstata, como a dificuldade de urinar ou a necessidade de urinar mais vezes durante o dia. Já na fase mais avançada, a neoplasia pode provocar dor nos ossos, sintomas urinários e até infecção generalizada ou insuficiência renal. Por isso, a orientação é realizar o acompanhamento com um urologista a partir dos 45 anos, anualmente, para que a doença possa ser detectada de forma precoce. A identificação pode ser feita por meio da investigação com exames laboratoriais, como o exame de sangue para avaliar a dosagem do PSA (antígeno prostático específico), o exame de toque retal e uma biópsia prostática guiada por uma ultrassonografia ou ressonância magnética. 
Além do fator da idade e de fatores hereditários, o excesso de gordura corporal também aumenta o risco do câncer de próstata avançado. “O paciente que consome muita fritura, carne vermelha, massa e apresenta excesso de gordura, tem uma chance maior de ter a doença. A prática de atividades físicas e uma alimentação saudável minimizam os riscos”, alertou o especialista. 
Os tratamentos são realizados conforme o grau do câncer de próstata. Para o tumor que só atingiu a próstata e não se espalhou para outros órgãos, a recomendação pode variar entre observação vigilante, radioterapia e a cirurgia (que pode não apresentar a necessidade de retirar a próstata toda e sim, apenas os locais que apresentam lesão). Nos casos em que a doença está avançada, a radioterapia, cirurgia e o tratamento hormonal tem sido indicado. Caso o paciente precise retirar a próstata inteira, ele poderá viver normalmente após a cirurgia, porém, perdendo a sua função reprodutiva. A escolha do tratamento é definida após o médico e o paciente decidirem quais são os riscos e os benefícios de cada.
A cirurgia dura em média 3 horas e o paciente recebe alta após dois dias da realização. Ele poderá voltar a sua rotina normalmente depois de 10 dias da intervenção. Porém, é necessário que o paciente continue com o acompanhamento com os especialistas após o procedimento até receber alta médica. 
O hospital Jayme da Fonte oferece uma estrutura para a realização do tratamento contra o câncer de próstata, com um centro de diagnóstico moderno, UTI totalmente equipada, médicos plantonistas, além de apresentar baixíssimas taxas de infecção hospitalar. O Sistema Único de Saúde (SUS) e todos os planos de saúde oferecem cobertura para o tratamento da doença.