Estudo genético identifica predominância da variante gama no Agreste de Pernambuco

Portal Folha de Pernambuco
Após uma rodada de sequenciamento genético de amostras de pacientes com resultado positivo para a Covid-19 mostrar que a variante gama (P.1) estava predominando em Pernambuco, sobretudo na Região Metropolitana do Recife (RMR), novos resultados apontaram que ela é a principal cepa do coronavírus também no Agreste. 
Com a aceleração exponencial de casos da Covid-19 nessa região, durante o mês de maio, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) levantou a hipótese da circulação de novas variantes. Por isso, costurou com laboratórios parceiros uma investigação mais detalhada. 
Recentemente, os resultados da análise das coletas de 96 pacientes residentes em municípios do Agreste e da Zona da Mata, feita pelo Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami (LIKA/UFPE), apontaram que mais da metade dos exames (56,25% | 54 amostras) apresentaram a cepa P.1, relatada primeiramente no Amazonas. 
Em seguida, aparecem a B.1.1 (19,7% | 19 amostras) e a B.1.1.406 (10,4% | 10 amostras). Dentro dos esforços da SES-PE para qualificar a vigilância genômica da Covid-19 no território pernambucano, um novo sequenciamento genético já está programado para os próximos dias. 
Em quase todos os municípios do Agreste incluídos no levantamento foi detectada a variante gama nos genomas analisados. Do total de exames com essa cepa identificada, 20% das amostras eram de pacientes residentes em Garanhuns; 15% de moradores de Caruaru; 6% do município de Cumaru; e 2% cada de pacientes residentes em Agrestina e Bom Jardim. 
Apenas o município de Cachoeirinha não teve a presença da P.1 detectada em suas amostras biológicas. Já 7% dos genomas positivos para a P.1 foram de amostras biológicas de pacientes residentes no município de Paudalho, na Zona da Mata Norte de Pernambuco. 
“Esta força-tarefa realizada pelo Estado em parceria com as instituições científicas é fundamental para compreender o cenário epidemiológico da Covid-19 em Pernambuco. A detecção da variante P.1 em grande parte das últimas amostras analisadas pode estar relacionada, por exemplo, com a maior circulação de pessoas nos últimos meses do ano de 2020 e início de 2021, principalmente no período que antecedeu a fase de aceleração da pandemia no Agreste do Estado”, avaliou o secretário estadual de Saúde, André Longo. 
Continuaremos reforçando, nos próximos dias, a vigilância genômica do vírus. Mas é importante lembrar que, para frear a circulação dessas cepas, é essencial que a população também faça a sua parte, mantendo os cuidados necessários: o uso correto de máscara, o distanciamento social e a lavagem das mãos”, completou.