40% das aulas do Ensino Médio poderão acontecer na modalidade à distância. A medida é uma consequência da reforma do Ensino Médio, aprovada em 2017 e caso a nova regra entre em vigência, os estudantes brasileiros poderão ter entre duas a três aulas por semana fora da escola.
Segundo uma matéria publicada pelo jornal Folha de São Paulo ontem (20), a nova regra precisa de aprovação do Conselho Nacional de Educação (CNE) e já está gerando polêmica. De acordo com especialistas, a proposta trará mais prejuízos do que vantagens à educação brasileira.
No Brasil, há um déficit de 1,5 milhão de jovens de 15 a 17 anos que já abandonaram os estudos. Ao todo não 6,9 milhões de matrículas no ensino médio público. Com a regra das aulas à distância, os críticos afirmam que o sistema educacional abre brechas para a falta de professores e acompanhamento escolar.
Ainda de acordo com a lei de reforma, 60% da carga horário precisa contemplar conteúdos comuns, adequados a Base Nacional Comum Curricular, já os 40% podem ser escolhidos pelos alunos. Ao todo, são cinco opções: linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas ou ensino técnico.
Mendonça Filho afirma que vetará regra
O ministro disse que não havia sido consultado sobre o assunto, ressaltando que não concorda com a abertura de 40% da carga horária para atividades remotas. “O governo não quer isso, não foi discutido no MEC. Não concordo e não passará“, disse.
Segundo o ministro, o CNE tem o direito de discutir a matéria, mas a palavra final é do MEC. “O debate no CNE é livre, e eu até desconheço a proposta. Quem fala pelo MEC é o ministro”, destacou. (Waldiney Passos)