Enfermeiro de 28 anos tem alta após 22 dias na UTI: ‘não é uma gripezinha’

G1

Após 22 dias na UTI com Covid-19, o enfermeiro Gabriel Ferreira Groba, de 28 anos, recebeu alta e homenagem dos colegas de trabalho do hospital que fica na Praia Grande, no litoral de São Paulo. O jovem enfermeiro recebeu alta hospitalar ontem (25) e ganhou uma surpresa feita por colegas na saída da UTI. Ao som de “Vencedor”, Groba pode ver colegas e reencontrar a esposa.

Em entrevista ao G1, a esposa de Gabriel, Ana Carolina Pontes Braga Groba, de 33 anos, conta que o momento foi de renascimento para o enfermeiro. “Ele ficou 22 dias na UTI, 18 deles com ventilação mecânica, sendo que ele não tinha nenhuma patologia. Foi uma surpresa para todos”, declara. Carolina também é enfermeira e explica que, aos primeiros sintomas, eles já procuraram o hospital.

O enfermeiro teve febre alta e dores no corpo e, após uma tomografia, precisou ser internado, como explica a esposa. Na mesma semana, Groba foi entubado, com dificuldades respiratórias. Carolina conta que ele estava lúcido no momento, mas que sentiu muito medo por saber a gravidade do procedimento.

“Tudo aconteceu muito rápido. Quando ele soube da entubação, teve medo de passar pelo procedimento e não voltar. Ele não tem nenhuma doença, e isso só mostra que o vírus não é uma gripezinha” ,salienta Carolina.

Por ser enfermeira, os boletins médicos eram de fácil entendimento para a esposa, que acompanhava os avanços do marido de longe. Ela relata que conseguia saber se o quadro era estável ou não, se ele tinha uma recaída ou melhora. Depois de 18 dias, o tubo de respiração foi retirado e ele começou a apresentar uma melhora no quadro. A saída da UTI aconteceu dois dias depois. O enfermeiro completou 28 dias no hospital, sendo que seis deles foram na enfermaria.

“Quando soube que ele receberia alta da UTI foi uma felicidade. A equipe preparou a surpresa, separou fotos para levar. Antes eu estava com muito medo de perder meu esposo. Quando o vi, só olhava para ele falando que ele renasceu. Foi um renascimento, eu não sei viver sem ele”, declara emocionada.

A rotina no hospital fez com que os filhos do casal precisassem ficar com a família. Guilherme, de 6 anos, e Matheus, de apenas 3, ficaram sob os cuidados do avô durante o período, como explica a enfermeira. Ela conta que a saudade é muito grande, mas que a força da família é a recuperação de Gabriel.

Quanto aos planos para o futuro, Carolina ressalta a recuperação do enfermeiro como primeiro lugar. Após tirar o tubo de respiração, ele tem algumas dificuldades e volta a falar e andar aos poucos. Carolina conta que ele ainda vai passar por isolamento domiciliar, mas que planeja o retorno ao trabalho. “Um dos planos dele é voltar a trabalhar o mais rápido possível. É a vida dele”, completa a esposa.