“Como fica essa coligação que foi feita com PSB e outros partidos, que vem se repetindo ano a ano?”. A indagação é lançada pelo deputado estadual Romário Dias, ao ser questionado sobre as perspectivas de sua legenda, o PSD, para 2020.
Há 15 dias, o presidente nacional da sigla, Gilberto Kassab, comandou evento na Assembleia Legislativa de Pernambuco e, na ocasião, fez convocação para que o deputado federal André de Paula concorra à Prefeitura do Recife. Romário considera cedo para discutir o tema: “Vinte e quatro horas na política é uma eternidade”. Mas grifa o peso que a coligação teve na eleição de boa parte dos parlamentares, inclusive do seu partido. “Eu mesmo sou deputado, hoje, porque fomos coligados com o PSB, senão eu não seria deputado. Eu nem atingi o coeficiente, nem Joaquim (Lira) – apesar de que ele teve mais voto que eu – nem Rodrigo Novaes, porque o coeficiente do partido são 90 mil votos”.
Romário passa o grifador: “Nenhum de nós teve 90 mil votos. Todos nós tivemos abaixo de 90 mil votos. Então, quem faz você chegar? As coligações”. Ele estende essa correlação aos demais parlamentares. “Você tem, na Assembleia, três ou quatro deputados que foram eleitos realmente com seu voto dentro da sua coligação com sua maioria. Os demais dependeram da coligação”, registra Romário. Na próxima eleição, a previsão é de que não haja mais coligações. “E, aí, nós vamos ver onde o gato se esconde”, assinala o parlamentar, que considera André de Paula um bom nome, mas pondera o peso que a aliança tem, na prática, na equação para 2020.
Romário falou, ontem, em entrevista ao programa Folha Política, da Rádio Folha FM 96,7. Ele avalia a reação de aliados que externaram desdém diante dos planos do PSD como coisa do momento. “Na hora que ferveu a água e os mariscos são jogados vivos, é assim. Depois se acalma”, compara. “O presidente vir dar força, ânimo e estímulo foi bom e importante, acho que Kassab chegou na hora certa, mas, para arrumar o tabuleiro do xadrez, tem muito tempo aí”, contemporiza o parlamentar e arremata: “Quem não pode com o pote não pega na rudia!”. (Renata Bezerra/Folha Política)