O deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) trabalha com uma cartada final par tentar manter o mandato. Segundo aliados, Cunha aposta na ausência de parlamentares com quem tem relação para que não se alcancem os 257 votos necessários para a cassação.
Nesse caso, a ausência contaria como voto favorável ao deputado afastado, já que aliados mais próximos não escondem o constrangimento de ter que votar no plenário contra a cassação de Cunha, por causa das evidências que pesam contra ele no processo, além da forte pressão da opinião pública.
Interlocutores do deputado afastado já manifestaram que o ideal seria que ele renunciasse ao mandato para evitar o desconforto de uma sessão para cassar o mandato. Mas Cunha resiste a essa hipótese.
Para esses interlocutores, Cunha ainda aposta na relação pessoal e também na dívida de gratidão de vários parlamentares que receberam financiamento de campanha graças à sua intervenção.
“Cunha ainda aposta em favores pessoais e até na intimidação para conseguir ausências e evitar a cassação, mas o cenário mudou. Hoje, a Câmara não tem como manter o mandato de Cunha. Se isso acontecer, é melhor fechar logo a Casa porque a opinião pública não vai aceitar esse tipo de manobra. A presença e o voto de todos os deputados no dia da cassação serão acompanhados de perto pelos seus eleitores”, reconheceu um aliado de Cunha.